Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

29.09.08

Da necessidade de educar o flato

Jorge Fiel
  Há um verdadeiro catálogo de nomes para designar o fenómeno de libertação de gases pelo ânus. Alguns cultos e educados - flatulência, meteorismo, aerofagia… - e outros mais rudes que penso ser desnecessário elencar, dado serem do conhecimento geral.   Estudos médicos recentes garantem que cada um de nós liberta, em média, litro e meio de gases por dia. Confirma-se por (...)
28.09.08

Sim, eu ressono!

Jorge Fiel
    Não o digo por testemunho directo. Nunca me dei ao trabalho de adormecer com um gravador ligado para confirmar o que me garantem pessoas que me são bastante próximas. Eu ressono. Não tenho orgulho nisso. É embaraçante. Evito adormecer em comboio e aviões, com o medo de acordar com toda a gente a dirigir-me olhares reprovadores.   A culpa é de uma malformação anatómica. A (...)
27.09.08

É melhor ter duas pedras na vesícula do que uma no sapato

Jorge Fiel
  Sempre tive uma atitude tolerante relativamente ao prazo de validade dos alimentos. Para mim, um iogurte só está fora de prazo quando a tampa está abaulada, ameaçando rebentar a qualquer momento.   Por isso, quando acordei a meio da noite com uma desagradável sensação de enfartamento, atribuí logo as culpas daquele meu lamentável estado uns tomates secos ao sol que tinha (...)
26.09.08

A derrota do peixe aranha

Jorge Fiel
              Tenho por hábito passar a última quinzena de Agosto de férias no Zavial, uma bela praia da Costa Vicentina que tem como único senão o facto de, frequentemente, na maré baixa, o seu areal ser habitado por nefastos peixes-aranha.   Nunca fui picado, mas no Verão passado reparei que o medo estava a vencer-me. Não raro abstinha-me de ir dar um mergulho, ou (...)
24.09.08

Para combater a insónia use e abuse do infalível método do choque térmico (ou dos pés frios)

Jorge Fiel
  Por norma, durmo como um bebé. Mas quando sofro de insónias tenho uma receita para as vencer que se tem revelado infalível e eu baptizei como o Método do Choque Térmico.   Devo as bases da elaboração deste meu método a uma leitura cuidada da magnífica reportagem da Maria João Avillez sobre os últimos dias de Sá Carneiro, onde esta minha colega revela que, quando não conseguia (...)
23.09.08

Os Moody Blues e a minha hepatite juvenil

Jorge Fiel
  As canções ganham vida própria. Escapam aos autores e intérpretes. Nós apoderamo-nos delas e incorporámo-las num código pessoal e intransmissível de memórias e sensações, de que elas são a chave – o Abre-te Sésamo.   Sempre que ouço o Lola, dos Kinks, vejo os caracóis da Lola, uma namorada de Verão que tive em Gondomar – e que era 100% mulher, ao invés da (...)
22.09.08

Estou muito feliz por ser "fábrica descoberta"

Jorge Fiel
  Para começar uma explicação. Na minha terra (o Porto) há o hábito de chamar “fábrica coberta” aos homens que não foram circuncidados.   Eu sou “fábrica descoberta”, desde os meus 13 anos, a idade em que os meus pais acharam conveniente mandar proceder à remoção cirúrgica do meu prepúcio – a pele que cobre a glande. Não foi cedo.   Não sei (...)
21.09.08

Estive na iminência de ser um repórter estrábico

Jorge Fiel
      Nasci perfeitinho, com cinco dedos em cada mão e pé, como é desejável. O único senão eram os olhos, de origem tortos, desafiando a simetria. Enquanto o olho direito olhava para Oriente, o esquerdo divergia e, teimoso, virava-se para Ocidente.   Aprendi a andar e larguei as fraldas acompanhado por este meu defeito de nascença. Carinhosos e previdentes, os meus pais cedo (...)
20.09.08

A propósito do meu Outono capilar

Jorge Fiel
    Não é preciso ser médico para diagnosticar que sofro de alopecia androgenética. Basta ter olhos na cara. Não tenho cabelos brancos porque eles, em vez de embranqueceram, optaram por cair.   Desde pequeno que me fui habituando à ideia de que mais tarde ou mais cedo ia ficar careca (o meu pai e avô também o foram), pelo que, apesar de ter usado o cabelo comprido quando era tempo (...)
19.09.08

O estranho caso dos dentes 31 e 32

Jorge Fiel
  Na hora da despedida do Governo, Miguel Cadilhe embrulhou numa frase a amargura que sentia: «A lealdade é como o guarda-chuva. Só se dá pela falta dele quando chove».   Neste delicado momento, em que os meus dentes 31 e 32 (para os leigos, informo que são dois da frente, no maxilar inferior) correm perigo de vida, apetece-me adaptar esta máxima: Só se dá pelos dentes quando eles (...)