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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Sex | 22.12.06

O saco azul do Ikea é mais útil que o colete retro-reflector verde

Jorge Fiel

 

 

 

Ando sempre no meu carro com um saco do Ikea, arrumado junto ao colete rectro-reflector. Diz-me a experiência que o saco é bem mais útil que o colete, e ainda bem que assim é.

 

O colete retro-reflector (há por aí algum/a especialista na nova TLESB que me saiba explicar porque é que o colete é retro-reflector e não apenas e simplesmente reflector?) é obrigatório mas, por principio, só é usado quando ocorre algum tipo de sinistro e nós temos de sair para a estrada vestidos daquela forma ridícula, esperar pela polícia, telefonar para a Assistência em Viagem ou tentar perceber onde está o macaco e como é que se muda a porcaria do pneu. O meu colete é verde, como acontece na esmagadora maioria dos casos, mas há uns cor de laranja que também são regulamentares e muito mais «fashion».

 

Por norma, o uso do colete retro-reflector está associado a encrencas e problemas, mas há sempre excepções. Uma colega minha confidenciou-me que a mãe achava muito excitante fazer amor toda nuazinha, apenas com o colete retro-reflector vestido. Sempre pensei que esta fantasia teria como complemento que o parceiro usasse um preservativo fluorescente, o que facilitaria perseguições no escuro, mas não sei se isso será apenas imaginação minha, sem qualquer aderência à realidade...

 

O saco do Ikea não é obrigatório, de jure, mas está a tornar-se obrigatório, de facto. Primeiro foi o Lidl a cobrar-se pelos sacos de compras e agora chegou a vez do Pingo Doce imitar os alemães. Numa boa parte dos supermercados desta insignia do grupo Jerónimo Martins já temos de pagar à parte os sacos onde acondicionamos as compras.

 

A argumentação é boa, fundamentando-se na politicamente correcta protecção do ambiente - os sacos de plástico são uma praga que a Mãe Natureza detesta e por isso demora uns milhares de anos largos a engolir.

 

Neste contexto, é sempre uma benção ter no carro um daqueles sacos azuis, grandes, bonitos e resistentes do Ikea, onde podem conviver harmoniosamente os pacotes de leite, as Fantas, os iogurtes, os bifes de atum, as garrafas de vinho branco da Adega de Pegões, os cereais Chocapic Duo, a fruta (não nos podiamos esquecer da fruta!), enfim os mantimentos indispensáveis para manter a família alimentada e feliz. Cabe lá dentro quase tudo. E se estiver muito pesado basta repartir o peso por duas pessoas, cada uma pega do seu lado, compondo assim até um quadro terno, solidário, tipo «peace and love», muito anos 60.

 

A utilidade do saco do Ikea não se esgota na excursão às compras. É também óptimo para transportar a tralha para a praia - toalhas de banho, bronzeadores, livros, pazinhas e baldes. E agora, que estamos nas vésperas do Natal, não há melhor que o saco do Ikea para andar com as prendas de um lado para o outro?

 

Por todas estas razões, acho que o saco azul do Ieka, além de ser uma verdadeira pechincha (creio que custa 50 cêntimos), é um das mais inteligentes compras que se pode fazer. Por que não oferecer um como prenda de Natal? Estou convencido que a Deco aplaude esta minha recomendação.