Os atrasados são mal educados
Estou atrasado. Não no sentido feminino, que pode significar a iminência de estar pronto a despontar um clandestino pela proa. Mas no sentido literal.
Este post deveria ter sido publicado às 18h08 e eu falhei a entrega pontual, que consegui manter durante mais de quatro meses (com duas ou três pequenas vigarices - dias em que, reconheço, postei com alguns minutos de atraso, mas mantendo o carimbo horário que elegi como uma das marcas da Lavandaria).
Este falhanço não faz de mim um atraso de vida, mas perturba-me. Incomoda-me porque eu detesto atrasos e a pontualidade é uma daquelas qualidades que eu considero indispensáveis para quem queira viver em sociedade – muito mais importante do que saber comer com faca e garfo, limpar o salão antes da meia noite ou cortar as unhas em público.
Irrita-me solenemente que um tipo que chega meia hora atrasado, sem avisar previamente (o que, como agravante, não custa nada desde a revolução das SMS) e sem apresentar uma desculpa aceitável (1), se dê ao luxo de considerar má educação que o desgraçado que esteve à espera o mande foder (no sentido figurado).
É uma profunda falta de respeito pelo próximo chegar atrasado. Um atrasado é isso mesmo e ainda pior: um grande mal-educado.
Peço por isso um milhão de desculpas por este atraso, e prometo duas coisas:
a) esforçar-me por voltar a ser pontual;
b) continuar a dissecar aqui o tema dos atrasos.
(continua)
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(1) Queixar-se do trânsito não vale, porque os engarrafamentos são como o sol – quando nascem são para todos.