Vá lá, passe o ano em Nova Iorque, que eu dou uma ajuda
No início deste mês, dois grandes amigos meus, ambos transmontanos - o Abilio é de Bragança, o Tó Mané de Vila Real - coincidiram em passar uma semana de férias
Como é Natal, achei por bem partilhá-lo com todos os frequentadores da Roupa para lavar. Seria para mim um imenso prazer que guardassem este pequeno guia - com seis sugestões de restaurantes, sete experiências e cinco museus - e o usassem quando fossem a Manhattan. É, se quiserem, a minha prenda de Natal para todos vocês, meus amigos
SEIS COMES
McSorleys Ale House
15, 7th Street, entre a 1ª Ave e 2ª Avenida
É o bar mais antigo de Nova Iorque. Um pedaço do século XX que chegou intacto ao século XXI, com serradura no chão. Tem dois tipos de cerveja de produção própria. Eu gosto mais da escura (dark). Pede-se uma cerveja e eles trazem duas canecas. É mesmo assim. Para comer têm umas tijelas (bowl) de chili e queijo com cebola. É um óptimo meio ou fim de tarde
PJ Clark’s
915, 55th St, 3ª Ave (Metro E e V para 51th St)
O melhor hambúrguer do Mundo. É uma pequena casa no meio de arranha céus, o que dá um efeito curioso. Na sala da frente há um balcão que ao fim da tarde e à noite está cheio de gente. A sala de refeições fica atrás. O hambúrguer (em prato) é mesmo, mesmo muito bom
Carnegie Deli
854, 55th St, 7º Ave
As maiores e mais suculentas sandes do Mundo. O Frank Sinatra era cliente
Totonno’s
462,
A melhor pizza branca (só queijos) do Mundo. O melhor é pedir uma branca e uma outra e depois partilhar.
Katz Delicatessen
205 East Houston, esquina com a Ludlow (Metro F e V para Lower East Side 2ª Ave)
À entrada dão um bilhete onde anotam tudo que encomendarem e pagam à saída. Tem um merchandising curioso (as T Shirts pretas com a reprodução do talão que dão à entrada são bem giras). O que eu recomendo é uma sandes de pastrami com pickles que se vai buscar ao balcão (o cortador pega na peça e dá um bocadinho de carne para experimentarmos se está boa). A cerveja pega-se noutro balcão, junto à entrada. Eu gosto da Brooklyn Lager. Foi no Katz que foi filmada a célebre cena de filme em que a Meg Ryan está a conversar com o Billy Cristal e simula um orgasmo. Vale a pena perder tempo a vre na parede as fotos do dono (um tipo gordo) com gente famosa que foi ao Katz.
Descendo a Ludlow, estamos no Lower East Side, a zona onde se pode comprar roupa muito barata nas lojas de judeus que tem o produto exposto na rua. A rua mais comercial é a Orchard St, mas recomendo também a Rivington, Delancey e Essex. Pode passear-se por aqui até à East Broadway-
Atravessando a Houston para o outro lado (com cuidado) e flectindo um pouco para a direita, encontramos a A Avenue, que se deve subir até Tompkins Square, o coração da East Village, que é uma das coisas que está a dar mais. Depois de apanhar pulgas no jardim de Tompkins Square (anda lá uma multidão de gente a passear cães e muitos gays – os cães e os donos), aconselho deambular em direcção à 2ª Ave. As minhas ruas favoritas neste bocado são a 3th St, a 6th St, a 7th St e St Mark Place. Daqui está-se perto do McSorleys.
Florent
69, Gansevoort, entre a Greenwich St e a Washington St
Está aberto 24 horas por dia. As batatas fritas são espectaculares. Está no coração do Meatpacking District, um pouco abaixo de Chelsea, onde os armazéns de carne se misturam com as discotecas da moda e as lojas de estilistas (a da Stella McCartney é lá). È para frequentar completamente fora de horas. O nascer do dia é engraçado porque se misturam os talhantes com o pessoal a sair das discotecas. Está a dar.
SETE EXPERIÊNCIAS
Gray Line
42th St com a 8ª Ave
Vendem passeios em autocarros vermelhos de dois andares. É uma boa forma de abordar a cidade. Fica-se com uma panorâmica geral. O melhor é um bilhete que dá para dois dias e incluiu o circuito uptown (vai até o Harlem) e downtown. Dão um folheto com o mapa das paragens e dá para entrar e sair. Nesses dois dias não é preciso andar de metro ou táxi. O que recomendo é fazer primeiro, logo de manhã, uma volta completa e depois ir usando como meio de transporte.
Staten Island Ferry
Metro: 1, 9, N e R para South Ferry
É um belíssimo passeio de barco até Staten Island. Passa junto à Estátua da Liberdade e é de borla (ou seja grátis, cum catano). Tem de se estar atento para ver em que lado do barco é que se deve ir para apreciar melhor a vista. No regresso é fabuloso ver a aproximação da skyline de Nova Iorque. Quando chega a Staten Island tem de se sair do barco e voltar a entrar (no mesmo barco).
Battery Park
Depois do passeio de barco é recomendável um passeio a pé pelo Battery Park, ao longo do rio Hudson (do outro lado é New Jersey), até ao World Financial Center – tem uma marina
Strand
828 Broadway (Metro: L, N, R, $, 5 e 6 para Union Square-14th St)
Fica perto de Union Square. È a maior livraria do Mundo. O número exacto de quilómetros de prateleiras está descrito nas T shirts de cores giríssimas que eles vendem. O merchandising deles é espectacular. As canecas, sacos e esferográficas são bestiais. E não há livro que se queira que não se encontre lá. È imperdível.
Ponte de Brooklyn
City Hall Metro: J, M e Z para Chambers Street ou 4, 5 e 6 para Brooklyn Bridge
Vale a pena ir a pé pelo menos até meio da ponte para beneficiar de uma vista de cortar a respiração. Há um tabuleiro para peões e bicicletas que anda por cima do trânsito automóvel, equipado com bancos onde se pode descansar. O acesso é através da zona de City Hall
Dean and Deluca
560 Broadway, na esquina com a Prince St
É o mais fino e rico supermercado do Mundo. Vale uma visita para apreciar os queijos, os peixes, os pães, as carnes. Pode comprar-se comida. Têm uma caneca preta que diz Dean & Deluca muito bonita, com um desenho curioso – é mais larag em cima do que
O café esplanada que está no centro deste complexo imobiliário está nesta altura transformado no ringue de patinagem que aparece muito nos filmes. Desde este ano é possível subir ao topo do edifício Rockfeller, que é uma boa alternativa à subida ao Empire State Building. Há menos gente na bicha, a vista é idêntica mas o observatório é muito mais moderno (em vez de grades para o pessoal não se suicidar tem vidros transparentes) e há uma exposição cá em baixo que é interessante.
CINCO MUSEUS
Museu de História Natural
79th St, 8ª Ave, junto ao Central Park
É onde está o esqueleto de dinossauro gigante que aparece no inicio do Godzilla. Acrescentaram-lhe agora um ala em que tu andas ao ritmo da história da Humanidade. É o máximo. No final podes atravessar o Central Park até ao Metropolitan
Metropolitan
1000, 82th St com a 5ª Ave
È tão grande, tão grande que ou decides ir a uma sala em concreto que tenha coisas que aprecies ou perdes tempo e paciência. A loja é fabulosa para comprar presentes pelo que vale a pena reservar uma hora para andar por lá a passear
Guggenheim
1071, 89th St com a 5ª Ave
Vale a pena ir lá dentro nem que não seja para apreciar a arquitectura helicoidal do Frank Lloyd Wright. Não é muito grande. A loja tem coisas de design interessantes. Normalmente tem exposições temporárias e uma pequena mostra da colecção permanente.
Frick Collection
70th St com a 5ª Ave
Gosto muito porque permite ver como vivia um milionário americano (fez fortuna no cobre, creio) no início do século XX. É a casa onde ele habitava, com o mobiliário, os tapetes, a decoração e os quadros. Não aborrece. Detesto a sala Fragonard, mas é um estilo. Tem dois Vermeers!
MoMa
53th St, entre a 5ª Ave e a 6ª Ave
A entrar e gastar tempo num só museu esta seria a minha aposta. A dimensão não é esmagadora e tem expostas coisas magníficas e surpreendentes.