O capitão Haddock, a badalhoca que não se lava por baixo e o protozoário
A decisão da RTP de escolher o maior português de sempre, logo secundada pelo Inimigo Público que está a promover uma votação sobre o pior português de sempre, deu-me uma ideia. A de elegermos o melhor insulto de sempre em português.
O insulto mais espectacular que me foi dado a ouvir ocorreu já há uns bons 20 anos, durante uma zaragata de rua, protagonizada por duas mulheres da zona da Sé, em que uma delas foi acusada pela outra de ser badalhoca e não se lavar por baixo.
«Sua badalhoca! Não te lavas por baixo!» é pois o meu insulto favorito e o pontapé de saída para um debate que peço decorra com o máximo de decoro e dignidade, em atenção ao capitão Haddock ,esse velho marinheiro colérico que elevou o insulto à categoria de uma das Belas Artes.
A propósito, elenco aqui alguns dos meus insultos preferidos que sairam da boca do velho capitão (que nunca usou o calão no seu labor de criação daquela que é a mais fabulosa colecção de insultos de toda a História da Humanidade):
Troglodita (designação que os geógrafos antigos davam a um povo que habitava o sul do Egipto)
Bachi-bouzouk (o nome que davam aos soldados mercenários do exército otomano)
Analfabeto diplomado
Astronauta de água doce
Apache
Flibusteiro
Cataplasma
Na linha do Haddock, também gosto muito de insultar alguém chamando-lhe Protozoário, que como sabem, é um ser vivo que só tem uma célula.
Insinuar que outra pessoa não tem funções diferenciadas é um enorme insulto.