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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Dom | 21.12.08

O papel do papel de jornal velho num rapto

Jorge Fiel

 

Após serem consumidos na função para que foram primitivamente produzidos, os jornais podem e devem ter uma segunda vida, uma carreira alternativa ao seu depósito, a seco (isto se não estiver a chover…), na boca azul de um contentor de lixo para reciclagem.

Para além dos usos domésticos legais, por mais de uma vez aqui inventariados, um monte de jornais velhos pode ser de uma enorme utilidade em diversas situações, como, por exemplo, num caso de rapto.

No caso de ser o raptor, é aconselhável recortar letras dos títulos de jornais (escolha corpos iguais ou superiores a 50 porque o destinatário pode ter problemas de vista cansada) e usá-las como matéria prima na confecção do pedido de resgate.

Neste meticuloso exercício de trabalhos manuais, que arruma de vez qualquer hipótese de o grafologista da PJ brilhar, há que ter o cuidado de usar luvas desde que começou a recortar os jornais até ao momento de meter no marco do correio o pedido de resgate, passando pela delicada operação de hábil manuseamento do tubo de cola para papel da UHU.

No caso de ser familiar ou amigo do/a raptado/a, os jornais velhos podem ser um precioso auxiliar neste doloroso transe.

Quando chegar a hora de acondicionar o dinheiro do resgate numa mala idêntica à do Homem da Regisconta, não deve cometer o erro infantil de a encher com dinheiro verdadeiro.

O trabalho mais perfeito seria por uma nota verdadeira no cimo de cada maço e preencher o resto com fotocópias coloridas da nota. Mas toda a gente sabe que as fotocópias a cores são caríssimas, por isso é perfeitamente admissível usar como matéria prima uma edição do Expresso (o papel é boa qualidade e a quantidade é ultra-generosa) para conferir massa crítica aos montinhos.

Como estão a ver, velhos são os trapos, não os jornais antigos, que se revelam uma solução estupenda em determinadas situações, com excepção do primeiro e últimos actos do ciclo digestivo.

Recomendo a todas as preclaras e a todos os preclaros que se abstenham de comer jornais e de usar as suas folhas para limpar o rabo.

 

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