E por que não na casa de banho?
A chegada das casas de banho ao interior das casas tornou obsoleto o uso do penico.
Por essas e por outras, melhorou imenso a higiene do lar, ao contrário do que temiam, à época deste movimento, as cassandras catastrofistas do costume, sempre prontas a rechaçar à primeira tudo quanto é novidade.
Agora, em pleno século XXI, e enquanto tentamos não naufragar no meio desta tormentosa tempestade financeira (esta referência à nauseabunda conjuntura económica não tem muito a ver com o tema, mas dá sempre um toque de actualidade e seriedade), acho que chegou a hora de segmentar a casa de banho.
Senão vejamos. Na nossa casa de banho coexistem águas limpas e águas sujas, bons cheiros e mau cheiros. O desafio que lanço é a criação de um movimento no sentido de separar as águas e os cheiros.
Os maus cheiros devem ser segregados para pequenas divisões com um janelo para a rua e apetrechadas com sanita, lavatório e bidé.
A casa de banho propriamente dita fica com a banheira e lavatório, e uma ampla janela, sendo que nos casos de gente endinheirada há por aí modernices suficientes para sofisticar a coisa.
Sou favorável à coexistência entre uma cabina de chuveiro, para banhos rápidos, e uma banheira, central e enorme, de preferência acessível através de degraus descendentes (acho horrível que a entrada na banheira se assemelhe ao início de uma corrida de 110 metros barreiras) e equipada com essas modernices de jacuzzis e ofícios correlativos.
Penso que se exilarmos a sanita, a casa de banho pode tornar-se um sala agradável, onde, mergulhado em águas tépidas e eventualmente borbulhantes se pode tomar o pequeno almoço, beber um copo ao início de noite de um dia especialmente cansativo – ou até lutar activamente contra a quebra na taxa de natalidade.