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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Qui | 09.10.08

O atribulado início de uma odisseia em Varsóvia

Jorge Fiel

 

Domingo, dia 7 de Setembro, acordei cedo e animado pela indómita vontade de reunir rapidamente as condições para que não se repetisse a sucessão de catástrofes ocorrida na véspera.

O que equivale a dizer que, primeiro que tudo (pequeno almoço incluído), teria de nos apetrechar com passe válidos para a rede de transportes públicos de Varsóvia, constituída por um número considerável (mas não apurado) de eléctricos, 1200 autocarros e uma linha de metro, com epicentro na estação apropriadamente baptizada Centrum, que serve o omnipresente Palac Kultury e a estação central de comboios.

Como confirmáramos na véspera, a capital polaca (1,7 milhões de habitantes) é demasiado extensa para ser abordada usando as nossas próprias pernas como meio exclusivo de locomoção.

Enquanto o resto do pessoal (Isabel, Pedro e João) despertavam mais lentamente para o Mundo, eu resolvi stressar logo pela manhã e dar o passo fundador da nossa política de transportes para os dois dias que nos restavam em Varsóvia, já que na 2º feira, às 17 horas, embarcaríamos no comboio para Cracóvia, onde os meus primos Luísa e Fernando estão emigrados (1).

Os acontecimentos que se seguem, e que vos relatarei com detalhe excessivo durante três dias, ocorreram entre as oito e as dez da manhã do domingo dia 7 de Setembro de 2008, durante os quais calcorreei sete quilómetros nas ruas do centro de Varsóvia.

Não parti descalço para esta operação. O inestimável guia Warsaw In Your Pocket, distribuído gratuitamente em hotéis e oficinas de Turismo, já me informara da existência de passes de um e três dias, válidos para a toda rede de transportes públicos.

O completo guia elucidara-me sobre os locais onde me deveria dirigir para adquirir os passes: os quiosques verde e amarelos (nada a ver com o Brasil!), como o logótipo Rush, que pululam em Varsóvia como cogumelos depois de chuva, emprestando assim um colorido singular à paisagem urbana.

O precioso Warsaw In Your Pocket (e juro-vos que não estou a exagerar da adjectivação) ensinara-me ainda que o passe de 24 horas custa nove zlotys (um euro compra 3,4 zlotys) por cabeça grande (as pequenas pagam metade) e o de três dias e vendido a 16 zlotys (oito euros para menores como o João).

Faltava-me, porém, apurar qual o quiosque verde e amarelo mais próximo do Ibis Centrum. onde estavamos hospedados, e se o inglês seria um instrumento de comunicação adequado para esta delicada operação ser levada a bom porto.

Procurei, com um sucesso relativo, preencher estas lacunas dirigindo-me à recepcionista bilingue de serviço no hotel.

A rapariga era razoavelmente bem apessoada, mas, claro!, nem chegava aos calcanhares da sua compatriota que protagonizou o papel de miúda da bilha na memorável campanha publicitária da Pluma da Galp.

Mas para o caso o que interessa é que me explicou, num inglês desenferrujado, que havia um quiosque Ruch a uns 200 ou 300 metros, na esquina da Okopowa com a Leszno, e que duvidava que o/a empregado/a me percebesse, a não ser que eu me expressasse em polaco, habilidade que está muito para além das minhas curtas capacidades.

Dito isto, correspondeu de forma positiva e desempoeirada ao meu pedido para que escrevesse na língua natal do Mlynarczic (valoroso guarda redes polaco, campeão europeu pelo FC Porto, na gloriosa final do Prater, em Viena, Maio de 1987!), num papel (no caso vertente um “post it” quadrado e cor-de-rosa) que eu pretendia adquirir três passes de três dia para adulto e um para criança.  

A operação de aquisição dos referidos títulos de transporte não iria ser tão simples quanto aparentava à primeira vista. Bastou-me atravessar a Okopowa e deparar com o quiosque fechado para sentir que a minha vida começava a andar para trás.

(continua)

………………..

(1)  Bem, atendendo ao facto de apesar de estarem de alguma maneira ligados ao negócio da construção civil, ambos são quadros (ou seja, nenhum deles é trolha) talvez o vocábulo mais apropriado seja “expatriados” e não “emigrados”.

 

2 comentários

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    Jorge Fiel

    10.10.08

    Menina Mariana

    Manda-me pf por mail ou a foto ou o endereço. Eu assim não vou lá.

    beijocas

    A bem da Nação!

    PS. Claro que ela é um Olívia Palito com pernas até ao pescoço mais finas que os meus braços. Mas passou a ser um ícone sexual em Portugal - pelo menos enquanto a campanha passou na televisão.

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