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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Sex | 26.09.08

A derrota do peixe aranha

Jorge Fiel

 

 

 

 

 

 

 

Tenho por hábito passar a última quinzena de Agosto de férias no Zavial, uma bela praia da Costa Vicentina que tem como único senão o facto de, frequentemente, na maré baixa, o seu areal ser habitado por nefastos peixes-aranha.

 

Nunca fui picado, mas no Verão passado reparei que o medo estava a vencer-me. Não raro abstinha-me de ir dar um mergulho, ou abreviava ao mínimo as caminhadas dentro de água, com medo da dolorosa picada que quase todos os dias vitima um banhista. Achei que estava a ser imprudente, a desafiar a lei das probabilidades, e que mais cedo ou mais tarde chegaria o dia de eu próprio ser picado.

 

Para contrariar o destino, resolvi rodear-me de todo o tipo de precauções – a preventiva e a curativa. Quem vai ao mar, avia-se em terra. Foi o que eu fiz.

 

Adquiri por oito euros, numa loja da rua principal de Sagres, uns elegantes e confortáveis sapatos de plástico preto, que passei a usar sempre desde que saio de casa para a praia até ao regresso e que, ao contrário do que eu temia, não perturbam os relaxados banhos de mar.

 

E na farmácia, equipei-me com um spray, o Parapic (5.5 euros), que quando aplicado no local da picadela acalma as dores. A minha vitória sobre o terror do peixe-aranha foi quase total.

 

Não só não fui picado, como ainda o comi um exemplar, grelhado, desta espécie que abusa da sua camuflagem natural para se dissimular na areia.

 

Apesar de estar um tudo nada ressequido (provavelmente esteve tempo demais na grelha), tive um enorme prazer em comer o peixe-aranha pescado pelo meu amigo Afonso Leite Castro e que mesmo depois de morto lhe provocou valentes dores e um inchaço brutal na mão, quando inadvertidamente se picou na barbatana do venenoso, na sempre delicada operação de retirar o anzol.

 

 

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