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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Seg | 19.03.07

As sete coisas mais espectaculares que fiz durante a minha semana de férias em Londres

Jorge Fiel

 

 

O Pepino Erótico (na foto), o Testículo de Vidro e as casa de banho do Harrods foram algumas das etapas da minha recente estadia de sete dias nem Londres. Deixei o tempo funcionar como filtro e agora, nas vésperas de partir para nova viagem (Moscovo é o próxmo destino), recorri à memória para socializar convosco a lista das sete coisas mais espectaculares que fiz durante a minha estadia entre os londrinos.

 

 

1. Ver o Pepino Erótico de Norman Foster na City

 

Fica a pouco mais de uma centena de metros de outro edificio marcante (o do Lloyds). Os ingleses baptizaram de «erotic gherkin» este impressionante edifício que leva a assinatura de Sir Normam Foster, apesar de na verdade ter sido desenhado pelo seu adjunto Ken Shuttleworth, o arquitecto que também riscou o Aeroporto de Chek Lap Kok, em Hong Kong. Depois de ter passado a manhã a passear, apreciei estes dois belos edifícios (em Barcelona há um que obedece à mesma gramática que o pepino) e refastelei-me num sofá do Starbucks que fica ao lado do Lloyds, a ler o Daily Telegraph    (oferecido de borla aos hóspedes do Tavistcok Hotel onde estive hospedado), o City AM (a inspiração do nosso Oje) e o The London Paper, um magnífico diário gratuito. Good!

 

2. Andar de autocarro

 

Sempre que podia escolhia o autocarro em detrimento do metro. É mais agradável andar à superfície (e de preferência nos lugares da frente do piso superior) do que debaixo de terra. E nos subterrâneos do metro andam-se quilómetros até chegar às plataformas e nas mudanças de linha, gastando-se uma energia de pernas que seria mais bem empregue passeando pelas ruas, museus ou armazéns. Os autocarros só perdem para o metro num aspecto. O metro é, à partida, mais fiável porque anda sempre em canal próprio, nunca se misturando com o tráfego automóvel. Mas o trânsito automóvel londrino melhorou imenso com a introdução da taxa de congestão (portagem à entrada da cidade) e o metro perdeu fiabilidade por causa das obras de melhoramento com vista às Olimpíadas de 2012. A qualidade do serviço dos autocarros espantou-me. Não só pela frequência (há tantos «double deckers» vermelhos no centro de Londres como táxis amarelos em Manhattan), como também pela eficiência da informação e qualidade do equipamento;

 

 

3. Uma tarde na Torre de Londres

 

Não é barato (o bilhete custa 16 libras), mas vale a pena. Nunca lá tinha entrado. Passei uma tarde na Tower of London mas fiquei com a impressão que podia ter dedicado a este sítio onde a Ana Bolena perdeu a cabeça (literalmente). Aproveitei uma das visitas guiadas por um beefeeter bem disposto, mas que em Portugal já estaria há pelo menos meio século na reforma.  A visita às joias da coroa e as macabras histórias que aprendi sobre eventos ourora ocorridos na Torre fizeram com que eu voltasse ainda mais republicano e anti-monárquico do que era quando embarquei no aeroporto do Porto, que, a propósito, está lindissimo, só é pena ainda estar muito pouco povoado. No dia seguinte, almocei no Riverside do outro lado do Tamisa, num restaurante da cadeia Strada, ao lado do «testiculo de vidro» - é essa a alcunha do edifício de vidro, em formato de bola, onde estão concentrados os serviços municipais da Grande Londres. A pizza era boa. O Merlot da casa era uma merda. A vista do rio, da Torre de Londres e da Tower Bridge (que durante o nosso almoço abriu paar deixar passar um barco da Greenpeace), era de cortar a respiração;

 

4. Uma volta no Big Eye

 

À terceira foi de vez e conseguiu dar a volta do Big Eye, a grande roda que está plantada na margem sul do Tamisa, à esquerda de quem atravessa a Westminster Bridge. A primeira tentativa, há três anos, abortou porque estava em obras de manutenção. O ano passado, no Verão, desisti por causa do tamanho homérico da bicha. Agora consegui embarcar. Bom. Caro (14 libras cada) mas bom. Dei a volta, que dura aproximadamente 40 minutos, ao fim do dia e por isso fiz um três em um. Vi Londres do alto, de dia, no crepúsculo e à noite;

 

5. Caril, «ale» e mercado de Spitalfields no East End

 

O East End é o local «hot» de Londres. Ponto final. Fui lá duas vezes. Uma para jantar caril, em Brick Lane, logo no dia da chegada. A segunda,  no domingo de manhã, para pastar no imperdível Spitalfields  Market . A manhã foi rematada por uma Guiness no acolhedor pub The Ten Bells, mesmo em frente ao mercado. Esta Guinees foi uma excepção. Fiz a maior parte das refeições em pubs, mas a semana decorreu sob o signo de «half pints» de ales Bombardier e Spitfire;

 

6. Uma manhã na Tate Modern

 

Deliro com o Gilbert & George, as esculturas vivas. Está uma exposição deles na Tate Modern, que disponibiliza gratuitamente um escorrega tipo montanha russa (no átrio) e um exemplar do Guardian do dia (no restauarnte/cafetaria). Um luxo, é o que é. Fiquei doido (no sentido de apaixonado não de lelé da cuca)  com a ideia do Gilbert & George de, em 1969, realizarem a performance The Meal. Convidaram David Hocnkey para um jantar, servido por um mordomo, com para aí uns dez pratos, e venderam bilhetes para as pessoas que quisessem assistir. O máximo! Exemplares dos convites e do menu, ambos  «hand made», constam da exposição. Já tinha visto um auto-retrato deles, em tamanho natural, na National Portrait Gallery - outro local de peregrinaçãoimperdível, que muitas vezes é negligenciado por estar na sombra da National Gallery, onde está uma exposição de paisagens do Renoir a que não fui porque se pagava a entrada e acho que as paisagens deles são boas para decorar caixas de bombons;

 

7. Sentado no trono na casa de banho do Harrods

 

Uma pessoa tem de equipar com pequenos truques para sobreviver quando está de visista a uma cidade estrangeira. Em Londres, por exemplo, se estamos carregados de embrulhos e o hotel fica longe uma boa saída é ir a um museu, por exemplo à National Gallery, deixar ficar tudo lá guardado e voltar antes do fecho para recolher as coisas. Mais fundamental é ainda o truque das casas de banho. Isso é que é de vida ou de morte Não sei se sabe, mas há uma tipa chamada Elaine Gennard, que aqui há uns anos andava na zona de Oxford Street aflita para fazer xixi e demorou 20 minutos a encontarar uma - que estava obviamente imunda. Este episódio deu-lhe a ideia de investiu uma data de nota a fazer uma casa de banho pública, em Oxford Street, que se chama WC1, tem música ambiente, flores frescas, etc, mas onde se tem de pagar cinco libras para entrar. Eu experimentei as casas de banho do Harrods e olhem que elas tmbém são muito fixes, igualmente lusxuosas, muito limpinhas e têm enorme atractivo de serem de borla.