As melhores batatas fritas do Mundo são as da McDonalds
À medida que a idade avança, aumentam as dúvidas, reduzem-se as certezas. Mas há uma coisa sobre a qual não tenho dúvidas. As melhores batatas fritas são as do McDonalds, principalmente se mergulharmos levemente os palitos em mostarda de Dijon e os acompanharmos de goles generosos de cerveja de pressão bem gelada.
Esta declaração pública é minha reacção ao facto do cidadão britânico Charles of Windsor, aka príncipe Carlos e herdeiro da Coroa do Reino Unido, ter preconizado a proibição da cadeia McDonalds, o que é uma idiotice acabada.
Suspeito que o Windsor nunca na vida comeu um Big Mac ou as deliciosas batatas fritas (dizem que elas são feitas a partir de puré de batata, não sei se é verdade, mas prometo averiguar) da cadeia norte-americana, o que só o desqualifica e transforma num anormal. Mais. Ao emitir opiniões sobre uma coisa que não conhece, o herdeiro faz-nos lembrar aquelas crianças que teimam em resmungar que não gostam de peixe, apesar de nunca o terem provado.
Carlos aparenta ser um grande palerma. E no caso dele devemos desconfiar das aparências. Ele é mesmo palerma. Outra coisa não pode ser um tipo que fala com as plantas, tem um assessor que lhe espalha a pasta de dentes na escova e trocou a fresca Diana pela rançosa Camila. Para já não falar do mais do que duvidoso gosto da imagem («Gostava de ser o teu tampax!», disse ele) que ele arranjou para comunicar à amante que ela lhe dava muita tusa.
O herdeiro é um inútil e no capitulo alimentar devia abster-se de tomar posições principalmente depois de ter caído no domínio público que faz questão de ter na mesa do pequeno almoço ovos em sete diferentes graus de cozedura mas ele poder escolher o que mais lhe agrada.
Marco Pierre White, dono dos restaurantes L'Escargot e Mirablee e o primeiro «chef» britânico a receber três estrelas Michelin, respondeu-lhe à altura. Qualificou a declaração do Príncipe de Gales como «wrong and foolish» e garantiu que a McDonald's «oferece melhor comida do que a maioria dos restaurantes».
É por essa e por outras que venho de uma semana de férias sem Londres ainda mas republicano do que quando viajei para lá.
1789 recorda-nos que cabeça coroada rima com cabeça cortada. O filme de Stephen Frears (The Queen) demonstra à saciedade o imenso autismo da Monarquia britânica.
Aqui ao lado, o Juan Carlos tem três atenuantes:
1. É amigo do patrão Balsemão (estou mesmo numa de rima, os Da Weasel que não se ponham a toques...);
2. Portou-se de uma forma impecável na transição para do franquismo para a democracia e na rejeição do
3. Fala um português aceitável.
Já o filho mais velho é alto, tem ar de bom rapazinho, arranjou para casar uma rapariga da profissão, e não se importou de fazer a retoma de uma moça em segunda mão, Todas estas coisas só o humanizam e conspiram a favor dele. Mas nunca é de fiar. Entre outras coisas porque se chama Filipe. E nós não temos grande recordação dos antepassados homónimos que foram reis de Espanha...