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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Ter | 28.09.10

O Donovan enganou-me mas resolvi o problema!

Jorge Fiel

O meu amor por Atlantis dura desde que o Em Órbita me chamou a atenção para esta canção de Donovan ao elegê-la como a melhor do ano de 1969 (em homenagem ao programa, incluo em anexo, no final deste post, o texto justificativo da eleição).

 

Seria altamente injusto classificar Donovan como uma daqueles intérpretes de um só hit, já que do seu repertório constam canções tão respeitáveis como Mellow Yellow, Lalena ou Riki Tiki Tavi, só para citar três exemplos. Mas penso que ninguém tem dúvidas de que Atlantis está num nível infinitamente superior às restantes – entrou em órbita enquanto as outras não abandonaram a terra.

 

Eu próprio fui durante muitos anos o feliz proprietário do single de Atlantis, em que o lado B era uma canção divertida e inofensiva, chamada To Susan in the West Coast Waiting.

 

Para poder voltar a ouvir a obra prima de Donovan sempre que me desse na veneta, decidi aproveitar a visita à Amoeba e investir uns dólares na compra de um CD dele que incluísse Atlantis.

 

Chegado ao carro, tratei logo de pôr o CD a tocar e ia vomitando quando ouvi a interpretação ao vivo, despida de todo o dramatismo e grandiosidade da versão original. Uma palhaçada. Tremendo engano!

 

No dia seguinte, voltei ao Amoeba e contei a minha desgraça, para ver se isso os comovia. Não foi necessário. Eles têm uma política curiosa de trocas. Trocam tudo, num prazo de sete dias, mesmo que não haja uma boa razão, mas penalizam o trocador em 25% do preço da primeira compra. Ou seja deram-me logo um voucher no valor de 75% do que eu tinha pago pela CD ao vivo do Donovan.

 

Achei justo. Se vivesse em Los Angeles era bem capaz de aproveitar esta política de trocas para encher o meu iPod com as canções que quisesse - e não arranjasse de outra maneira.

 

 

Atlantis é um acto de conquista.

 

Cruzada maravilhosa empreendida por novos guerreiros que partem na certeza antecipada de uma vitória final, empolgante e decisiva.

É um ritual de mágico encantamento, que nos transporta até às diluídas fronteiras de um nobre e novo país, onde tudo se sublima em atmosferas de transbordante paixão.

Fascinante sussurro de um Deus perfeito que, mordido pelo fogo de uma eterna insatisfação, se projecta ao assalto de metas sempre mais longínquas.

Subtil murmúrio que em brusca e prodigiosa metamorfose se transforma no grito visceral e puro de um novo Sol a nascer.

Atlantis é todo o fascínio de uma Nova e Desconhecida Aventura.

Atlantis é um dos mais belos momentos de toda a história da música popular.

Atlantis é a melhor gravação de 1969
.

Seg | 27.09.10

A minha táctica para visitar a Amoeba Music

Jorge Fiel

Quando uma pessoa como eu entra numa loja como a Amoeba Music tem de ir munido de uma táctica senão é certo e sabido que o caldo se vai entornar.

 

A culpa desta contingência é exclusivamente minha, não da loja, um fantástico e enorme armazém que ocupa todo um quarteirão de Los Angeles (com frente para a mítica, mastodôntica e camaleónica Sunset Boulevard) e disponibiliza, a preços abordáveis, tudo quanto alguma vez sonhámos possuir no capitulo da música e que, além de possuir estacionamento privativo, está organizado de uma maneira simples, ao estilo risca ao meio – de um lado os discos novos, do outro os usados.

 

Conhecendo-me como me conheço (e tenho o atrevimento de me considerar o maior especialista vivo na minha própria pessoa), sei que abandonar-me à Amoeba, desprovido de táctica, significaria correr dois sérios riscos que a todo o custo queria evitar:

 

1. Desgraçar-me, desatando a comprar todos os CD que me piscassem o olho, com prejuízo evidente não só para a minha anémica conta bancária mas também para o espaço disponível na minha Samsonite, adquirida por em 2003 em Seul, por 100 dólares, e que se tem  comportado à altura dos acontecimentos;

 

2. Paralisar, acabando por não comprar nada, numa típica reacção de medo (pavor ou pânico seriam talvez palavras mais adequadas) de me deixar levar arrastar pela voracidade de um cataclismo consumista;

 

A minha táctica foi simples, muito melhor que a variante losango do 4x4x2, preferida por Paulo Bento, e quase tão boa como a letal e cínica interpretação de Andrê Villas-Boas faz do tradicional 4x3x3 portista.

 

Decidi conceder duas horas e 20 USD à Amoeba e devo afirmar, com uma pontinha de orgulho denunciada pelos lábios, que cumpri quase religiosamente o plano – creio que me demorei quase três horas, mas a taxa de execução orçamental revelou-se susceptível de criar inveja ao Sócrates e de despertar ciúmes ao Teixeira dos Santos.

 

Comprei os seguintes quatro álbuns (em segunda mão):

 

The Concert in Central Park, Simon and Garfunkel … 6,99 USD

The Best of Emerson, Lake and Palmer … 4,99

Greatest Hits, Donovan … 4,99

Aimee Mann live at St Anns Warehouse … 7,99

 

Mais cêntimo menos cêntimo, investi 25 dólares em quatro preciosidades. O concerto em Central Park dos Simon and Garfunkel é uma presença incontornável em qualquer top ten que faça dos melhores álbuns de sempre. Sempre tive um fraquinho pelos ELP – na minha estreia (em 2007) na Amoeba comprei o Pictures at Exhibition (uma interpretação curiosa da obra homónima de Mussorgsky) e agora apeteci-me ouvir o Lucky Man aos berros e repetidamente. O Atlantis do Donovan é de ir às lágrimas. E a Aimee Mann, bem, não sei se sabem, mas eu tenho quase toda a sua discografia (a excepção é um disco de canções de Natal) e como sou absolutamente doido por ela fiquei cheio de vontade de ouvir Deathly ao vivo).

 

Para trás ficaram, com algum remorso o 4 Way Street, dos Crosby, Still, Nash and Young (estava caro, acima dos dois dígitos) e o Aqualung dos Jethro Tull (foi incapaz de decidir entre ele e o Thick as a Brick pelo que optei por não comprar nenhum).

Qui | 23.09.10

Um esquecimento muito inconveniente

Jorge Fiel

 

 

 

 

Um alentejano esteve a beber até o bar fechar.

O empregado avisa-o que vai fechar e que ele tinha de sair.

O alentejano levantou-se e caiu no chão. Tentou novamente levantar-se e voltou a cair.

Optou então por arrastar-se até à porta. Já na rua tentou levantar-se e caiu novamente…

Decidiu então ir a rastejar até casa.

No dia seguinte de manhã, a mulher comenta:

- Grande bebedeira ontem…

Ele pergunta:

- Como é que tu sabes que eu cheguei bêbado?!?

Ela responde:

- Telefonaram do bar a dizer que deixaste lá a cadeira de rodas.

 

(Anedota da colecção particular de Joaquim Oliveira)

 

Qua | 22.09.10

A anedota do golfista encornado

Jorge Fiel

Sábado, como de costume, levantei-me cedo, coloquei os meus agasalhos, vesti-me silenciosamente, tomei o meu café e até fui dar um passeio com o cão.

De seguida peguei nos tacos de golfe e fui para o meu carro. De repente, começou a chover torrencialmente. Havia neve misturada com chuva, ventos de mais de 80 km/hora. Liguei o rádio e ouvi que o tempo seria de frio e chuva durante todo o dia.

Silenciosamente tirei a roupa e deslizei rapidamente para debaixo dos cobertores. Afaguei suavemente as costas da minha mulher e disse-lhe baixinho:

- O tempo lá fora está terrível!

Ela, meio adormecida, respondeu:

- Acreditas que aquele cabrão foi jogar golfe com este tempo?

(anedota da colecção particular de Joaquim Oliveira)

 

Ter | 21.09.10

Se o génio da lâmpada me aparecesse no Mojave

Jorge Fiel

Se o génio da lâmpada me tivesse aparecido no deserto do Mojave, a meio da minha viagem de carro para Las Vegas, e me desafiasse a escolher três coisas (não pessoas, senão o caso piava mais fino…) para levar de Los Angeles para o Porto, eu, assim de repente, pedia-lhe:

 

1. Venice Beach (pontão, casas e canais incluídos, ver foto), que reimplantaria algures na marginal marítima de Gaia, que já está óptima mas ficaria ainda mais sexy;

 

2. O Getty. Serralves é espectacular (venho de passar lá o fim de tarde, a escrever no Salão de Chá a crónica de 5ª para o DN), mas, acrescentando-lhe a colecção permanente, o edifício e os jardins do Getty, a oferta museológica ficara imbatível. Até Madrid – apesar do querido Reina Sofia e do mastondôntico Prado (já não se usam museus assim) ficaria a roer-se de ciúmes e inveja;

 

3. A Amoeba Music, a melhor loja de música do Mundo, se é que se pode chamar loja a um armazém que ocupa um quarteirão inteiro da Sunset Boulevard, onde se disponibiliza todos os álbuns que alguma vez nos passou pela cabeça comprar.

 

Seg | 20.09.10

O bom e o verdadeiro motivo da espertalhona

Jorge Fiel

Hoje ao almoço, no McDonalds da Boavista, ouvi uma miúda adolescente armar-se em esperta perante as suas coleguinhas e explicar-lhes que usa sempre o truque de pedir o hamburger sem pickles para a sandes vir quente - acrescentando que no Burger King pede sem tomate, pela mesma razão.

Lembrei-me logo daquela frase do JP Morgan, esse velho e sábio macaco, sobre haver dois motivos para todos os nossos actos: o bom e o verdadeiro.

No caso da adolescente espertalhona, a sandes feita na hora é o bom motivo – o verdadeiro motivo é ela não gostar nem de pickles nem de tomate. Penso eu de que…

Dom | 19.09.10

A enjoadinha do 3º direito

Jorge Fiel

O marido chega a casa indignado e diz para a mulher (loira):

 - Encontrei aquela besta do nosso vizinho do 2º andar a gabar-se de ser o maior garanhão. Sabes o que ele me disse? Que já comeu todas as mulheres aqui do prédio menos uma !!!

Ao que a mulher (loira) prontamente responde:

- Ah, deve ser aquela enjoadinha do 3º direito…

 

(anedota da colecção particular de Joaquim Oliveira)

 

Sab | 18.09.10

O papel da masturbação como indutor do sono

Jorge Fiel

Dois velhos sentados num banco de jardim a dar milho aos pombos comentam um com o outro:

- O Zé, não consigo dormir. Deito-me na cama e levo horas para adormecer…

- Olha, eu durmo sempre que nem um anjo. E como é que fazes para dormir?

- Masturbo-me…

- Masturbas-te?! A sério?? E vens-te???

- Não, mas canso-me…

 

(anedota da colecção particular de Joaquim Oliveira)

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