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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Sex | 15.01.10

Um jantar adquirido em regime de take away que ilustra a reduzida profundidade dos nossos bolsos

Jorge Fiel

A sexy montra de uma loja da cadeia Paul

Se julgam que ando a nadar em dinheiro estão redondamente enganados. Redondamente enganados mas também trapezoidalmente enganados, rectangularmente enganados, triangularmente enganados, enfim, enganados em todas as formas geométricas conhecidas pelo Homem (e já agora pelo Mulher, porque, afinal!?!, que seria de nós sem elas?).

O lauto almoço de baby back ribs, regado com um copázio de Merlot chileno, a 22,5 libras por cabeça, foi a excepção que confirma à regra. À noite, voltamos à pelintrice adequado à profundidade (tão reduzida que até um anão tem pé) dos nossos bolsos.

Para baixar drasticamente o preço médio das refeições durante a estadia, decidimos abastecer-nos de comida na estação de Charing Cross, no moderno regime de take away – ou seja,  para posterior consumo, em regime de piquenique, no quarto 444 do Ibis London City, enquanto víamos televisão e a chaleira fervia a água para o chá com que o jantar seria sepultado.

A ceia constou de duas sandes, uma de presunto (a melhor), comprada na loja do Paul, e outra de corned beef, da Upper Crust, e duas Coke Light de 0,5 l. Com os comes e bebes aconchegados num saco, enfrentamos a chuva (também ela light, como as Coca Colas) que caia no curto trajecto até ao stop do bus 15, que haveria de nos levar de volta ao hotel. O primeiro dia, de uma estadia de cinco, estava a chegar ao fim.

 

Charing Cross-East End, noite de 4 Dezembro 2009

 

Qui | 14.01.10

Cheios de adrenalina na viagem até Charing Cross

Jorge Fiel

Fachada da estação de Charing Cross numa gravura  do século XIX

Apesar de ter chegado a uma idade em que é possível existir, algures no globo, um tipo que sente legitimidade para me chamar sogro (in law), ainda possuo uma reserva de prazer na transgressão e disponibilidade para cometer infracções à lei (breaking the law) .

Como devem estar recordados, entrei pela noite dentro confortavelmente instalado num pub de Greenwich, com uma pint de Stella Artois à frente, enquanto por cima de mim um vetusto aparelho de ar condicionado (que deve ter sido adquirido em segunda mão pelo proprietário do pub no ano em que o Churchill pronunciou o célebre discurso da Cortina de Ferro) vomitava pegajosas baforadas tropicais de ar quente e o televisor transmitia em directo o sorteio do Mundial da África do Sul (Brasil, Costa do Marfim e Coreia do Norte - o comentário adequado é sempre o mesmo: “podia ter sido pior”) .

Após um par de horas neste doce remanso, chegou o momento de retornar e nos aventurarmos na primeira transgressão do dia. No caminho chuvoso de regresso à segunda estação do DLR em Greenwich apareceu-nos pela frente, tentadora, a estação do caminho de ferro, a cinco minutos de distância da chegada de um comboio que, em coisa de um quarto de hora, nos deixaria em Charing Cross,  com apenas duas escalas London Bridge e Waterloo.

Cedemos logo à tentação, mesmo sabendo que o mais certo era que estivéssemos a transgredir, pois não era provável que a Ostra adquirida pela manhã em Liverpool Street Station garantisse cobertura também para o serviço da British Rail.

Fizemos a viagem naquela pequena excitação provocada pelo receio de que o pica aparecesse e após uma rápida vista de olhos pelas nossas Ostras nos comunicasse que aquilo não servia para nada a bordo de um comboio da British Rail e começasse a falar em penaltis.

Ora aqui temos uma história com um fim feliz. Não só não apareceu nenhum pica como, na estação de Charing Cross, as nossas Ostras abriram à primeira as barreiras electrónicas que controlam a validade do título de transportes dos passageiros. Ou seja, viajamos na observação da mais estrita legalidade britânica. Tratou-se, por isso, de uma emissão gratuita de adrenalina.

Viagem Greenwich-Charing Cross, noite de 4 Dezembro 2009

Qua | 13.01.10

O instinto levou-me a optar pela Stella Artois

Jorge Fiel

 

Todas as coisas más têm um lado bom, se bem que muitas vezes seja indispensável escavar fundo, recorrer à imaginação e usar uma lupa para o descobrir.

Está a lembrar-se dos terríveis temporais que profeticamente assinalaram a mudança de ano? Pois, a chuva, o vento e frio que nos fustigaram tiveram um lado bom. Na última semana de 2009, 75% das nossas necessidades energéticas foram satisfeitas por fontes renováveis –  a água e o vento, as barragens e as eólicas.

Sinto uma enorme responsabilidade quando encosto a barriga ao balcão do primeiro pub em que entro durante uma estadia em Londres. Como sou um homem, e um homem é um animal de hábitos, a marca de cerveja que escolher naquele momento irá acompanhar-me inexoravelmente durante o resto da visita. Um passo em falso poderá por isso revelar-se fatal. O instinto levou-me a optar pela Stella Artois. Não me arrependi. 

Sentamo-nos numa mesa grande -  suficientemente espaçosa para espalhar jornais, guias de viagens, óculos de leitura, canetas Muji, postais ilustrados e restante tralha – e apetrechada com a quantidade de cadeiras necessária acomodar-nos não só a nós, mas também os casacos, cachecóis e sacos de plástico que fomos acumulando ao longo do primeiro dia em Londres.

A mesa era boa, a iluminação também -  ao ponto de praticamente dispensar óculos na leitura das aventuras sexuais do Tiger Woods -, mas como nesta vida não se pode ter tudo a localização geoestratégica era péssima, pois estávamos exactamente debaixo de um aparelho de ar condicionado que deve ter sido novo quando o Churchill pronunciou o célebre discurso do blood sweat and tears e expelia regularmente, de uma forma muito sonora, baforadas tropicais de ar quente.

Da mesma maneira que todas as coisas más têm um lado bom, as coisas boas também um lado mau. É a vida, como diria o Guterres.

 

Greenwich, início de noite de 4 Dezembro 2009

Ter | 12.01.10

Uma má decisão nunca vem só

Jorge Fiel

Aspecto bucólico da zona de Greenwich onde se vai realizar o concurso hípico nos Jogos Olimpicos de 2012

Uma má decisão nunca vem só. Se não se revelou grande espingarda viajar até Greenwich quando o Sol já brilhava alto na Austrália, também não foi acertado desembarcar do DLR na segunda estação de Greenwich.

Eu passo a explicar. Das primeiras vezes que viajei no DLR, ele acabava o seu percurso em Islands Gardens, do lado de cá do rio, que posteriormente atravessava a pé, percorrendo depois um túnel (bem mais calmo e seguro que o dos nossos estádios de futebol) até à outra margem, emergindo em Greenwich,  junto a um belo cotovelo do Tamisa, ali onde o velho Cutty Sark está fundeado.

As coisas mudaram muito, no entretanto. O Cutty Sark ardeu (mas está a ser reconstruído, espero que não só veleiro mas também a inolvidável colecção de figuras de proa que albergava no seu bojo). O DLR viu a sua rede muito ampliada e foi dotado de um túnel para vencer o Tamisa. E Greenwich passou a ser servido de duas estações de metro.

O acertado para mim teria sido sair na primeira, junto ao Cutty Sark, já que estou habituado a abordar a localidade que se celebrizou por nos dar a hora (o famoso TMG-Tempo Médio de Greenwich) a partir da margem do rio.

Optei por sair na segunda, a sul do centro e dei por mim, à noite, sem referências, a chover, num subúrbio deserto de uma pequena cidade engolida por Londres algures no seu processo de engorda e transformação numa mega-metrópole. 

As luzes de um pub foram o farol que nos anunciou a salvação para nós, náufragos, por causa de uma decisão desadequada como ir ler A Bola para um café cheio de portistas.

 

Greenwich, inicio da noite de 4 Dezembro 2009

Seg | 11.01.10

De como tomei uma decisão que não foi brilhante

Jorge Fiel

O DLR para Greenwich é mais agradável de dia do que de noite

Quando se anda a flanar por Londres, sem planos prévios e ao sabor dos repentes, podem tomar-se boas ou más decisões.

Apesar de a noite já caído por completo, o relógio garantia que ainda era fim de tarde (seriam cerca de 7 pm) quando desembarcámos do bus 100 em St Paul Cathedral, oriundos da ponte de Blackfriars, para onde tínhamos caminhados desde Covent Garden, para esmoer um pantuagruélico almoço de baby back ribs.

Ainda era cedo para recolher, pelo que decidimos mergulhar no metro até Tower Hill, com o objectivo confesso de apanhar o DLR (Docklands Light Railway) para Greenwich.

O DLR viaja à superfície, pelo que é um óptimo veículo para se observar, bem sentado, o resultado do imenso trabalho de requalificação urbana da que não há muito tempo era uma das mais perigosas, insalubres e escabrosas zonas de Londres.

Na sua generalidade, aprecio a arquitectura moderna de que se abusou na recuperação das Docklands, em particular do Canary Wharf, o edifício emblema, servido por uma estação do DLR.

O problema é que, como é sabido, de noite todos os gatos são pardos, pelo que não se via népias cá para fora das janelas de carruagens apinhadas de gente cheias de gente que regressava ao caso.

Resumindo e baralhando. A decisão ir até Greenwich ao princípio da noite do nosso primeiro dia em Londres não foi das mais brilhantes que tomei ao longo da minha vida (que já vai longa). Não errarei se a classificar como uma má decisão.

Londres, fim de tarde de 4 Dezembro 2009

Sex | 08.01.10

É muito melhor cair a noite do que a chuva

Jorge Fiel

 

A noite começou a cair quando saímos da loja do London Transport Museum, o que, nesta altura do ano, invariavelmente acontece por volta das quatro e meia (pm e TMG). Mas antes a noite do que a chuva, apesar de eu estar apetrechado com um encerado Barbour (danificado com uma rasgão de aproximadamente cinco centímetros junto ao cotovelo esquerdo),  um chapéu impermeável adquirido nos chineses por três euros  e um mini guarda-chuva, comprado no Muji por 12, 91 libras.

Fomos a pé até ao Big Ben, passando por Trafalgar Square (onde ignoramos o palhaço do Lord Nelson) e atravessando o Whitehall, onde demos a espreitadela regulamentar ao 10 de Downing Street.

Paramos a meio da Westminster Bridge para pastar devidamente as Casas do Parlamento (onde a pobre da Sally Bercow só porá os pés na qualidade de convidada) iluminadas e tirar fotografias tendo o Big Eye como fundo, antes de seguirmos para  a outra margem.

Já noite cerrada, fizemos o Southbank, remoçado e cheio de atracções natalícias,  até à ponte de Blackfriars, altura em que tomamos a solene decisão de considerar encerrada a digestão das baby back ribs, pelo que podíamos voltar a dar uso à nossa ostra, pelo que embarcamos no bus 100 para até St Paul’s Cathedral.

Londres, fim de tarde de 4 Dezembro 2009 

 

Qui | 07.01.10

Como fazendo contas na Muji de Covent Garden concluí que se calhar ando a trabalhar demais

Jorge Fiel

O lauto almoço no Aberdeen Steaks de Coventry Street estava mesmo a pedir um longo passeio para ser digerido. Fizemos-lhe a vontade.

Atravessamos a Leicester, onde o Swiss Center está a sofrer tremendas obras, que talvez incluam a mudança de ramo, o que seria uma pena, pois agrada-me muito o formato de um quarteirão onde um país estrangeiro concentra o que de melhor tem para oferecer, como os escritórios da sua companhia aérea, as lojas de chocolate e canivetes, os restaurantes de raclette e fondue de queijo, etc, etc.

Antes de desembarcarmos em Covent Garden, fizemos escala na Stanfords (12-14 Long Acre, uma livraria que sobrevive desde 1852 e tem a fama de ser a mais bem apetrechada do Mundo em mapas, livros de viagens e guias turísticos) e na Muji, onde reforcei o meu stock de canetas.

(É impressionante a velocidade com que se esgota a tinta das Muji. Fiz as contas por alto e conclui que ando a gastar uma Muji de cinco em cinco dias e que um caderninho Clairefontaine de 96 páginas só me dura 21 dias. Devo andar a trabalhar demais)

Depois de vagabundearmos por Covent Garden (no piso de baixo estava uma tipa a cantar áreas de ópera populares, em vez dos habituais grupos de cordas), fomos à loja do recentemente remodelado London Transport Museum, onde não resisti e adquiri postais ilustrados (reproduções de cartazes vintage do Tube) para mandar à Mariana e ao João (um deles é a foto deste post),  um magneto de frigorífico com a placa toponímica de Covent Garden e uma caneca que tinha gravado um bocado do mapa de Londres, indicando com destaque o local onde a velha central eléctrica estava a ser reconvertida em Tate Modern e ia ser construída, sobre o Tamisa, a Millennium Bridge.

 

  Londres, tarde de 4 Dezembro 2009

Qua | 06.01.10

Pecado da gula cometido perto de Leicester Sq

Jorge Fiel

A excitante visão de umas baby back ribs a serem avidamente consumidas por um freguês numa mesa junto à janela do restaurante da cadeia Aberdeen Steaks em Coventry Street, interrompeu subitamente o nosso passeio a pé, ainda antes de chegarmos a Leicester Square (dizer Lester Square se quiser ser entendido pelos autóctones), para onde nos dirigimos quando voltamos as costas a Picadilly e à estátua de Eros miseravelmente coberta por um castrante preservativo de plástico.

A fome apertava. Ainda pouco passava do meio dia (TMG), mas nós tínhamos acordado oito horas antes e eu tinha saltado o pequeno almoço – apenas bebera uma Água das Pedras num dos bares do Sá Carneiro.

Atacamos sem dó nem piedade umas suculentas BBQ ribs, que eu empurrei com um copo de Merlot. A brincadeira ficou a 22,5 libras por cabeça (gorjeta incluída), mas foi dinheiro bem empregue – ficamos a abarrotar.  

 

 Londres, almoço de 4 Dezembro 2009

Ter | 05.01.10

De como o choque de ver a estátua de Eros com um preservativo cortou o benéfico efeito Indira

Jorge Fiel

A minha primeira vez em Picadilly, Julho de 1972

As cidades são como as circunferências – ou seja, todas têm um centro (pelo menos). Em Madrid, o centro está na estátua do urso, na Puerta del Sol. Em Lisboa, creio que fica na estátua do D. Pedro no Rossio. Em Roma está com toda a certeza na Fontana dei Quattro Fiumi, do bom do Bernini, na Piazza Navona. Em Londres, o centro é, sem sombra de dúvida, a estátua de Eros em Picadilly Circus.

Arrumada a mala no 444 do Ibis London Hotel, feito o xixi (eu sou como os cães que mal chegam a um novo território logo tratam de alçar a perna, num acto simbólico de tomada de posse) e lavadas as mãos, toca a apanhar o bus da linha 15 para Picadilly.

Confortavelmente instalados no 1º andar do autocarro e sem pressas (ou seja não stressando com a lentidão do trânsito), fomos fiscalizados, quando estávamos engarrafados algures na Fleet Street, por uma moça grande, com ar muito saudável e muito bonita, de clara ascendência indiana, que passo a tratar por Indira.

Após confirmar que as nossas ostras estavam mais do que dentro do seu prazo de validade (tinham sido adquiridos em Liverpool Street Station há coisa de uma hora), a Indira (nome suposto, vai-se a ver e a rapariga chama-se Keira) prontificou-se a tirar-nos uma fotografia.

Ficamos muito bem impressionados com a rapariga, que revelou ser proprietária de um genuíno sentido britânico do humor pois, quando reparou que não fomos ver a fotografia que ela nos tinha tirado, logo comentou que nos tinha pregado uma partida e as nossas cabeças não constavam do enquadramento por ela escolhido.

Quando a Indira virou costas e se foi embora, ficamos na dúvida se ela tinha o cu grande e as ancas largas, ou se estávamos tão só a ser vítimas de uma ilusão de óptica da exclusiva responsabilidade do Kispo azul, grande e acolchoado, da farda que ela usava.    

Ainda estávamos sob o efeito benéfico da boa impressão deixada pela Indira quando chegamos a Picadilly e sofremos a primeira desilusão. A estátua de Eros estava envolvida por um preservativo de plástico. Fiquei chocado!

 

 Viagem no 15 para Picadilly, Londres,4 Dezembro 2009

Seg | 04.01.10

Abrir um armário cheio de esqueletos é uma iniciativa meritória mas não isenta de perigos

Jorge Fiel

 

O Evening Standard passou a gratuito mas continua com um ar próspero, gordo de páginas, carregado de publicidade e recheado de notícias sobre os dois escândalos em curso: as aventuras sexuais de Tiger Woods e as desventuras sexuais do casal Sercow.

John Sercow é o speaker da Câmara dos Comuns e a mulher, Sally, que fez carreira  na publicidade mas está ao alto, resolveu que o meio mais eficaz para arranjar emprego nesta dramática conjuntura não era responder a anuncios do Financial Times mas sim candidatar-se a preencher um assento vago no parlamento.

Não nego que até era bom o plano de Sally, uma loura acabadinha de chegar aos entas que usa um belo e longo par de pernas para se locomover e que não se coíbe de usar saltos altos, apesar do maridão ter crescido muito menos do que ela.

O primeiro passo da sua estratégia para arranjar emprego consistiu em escancarar as portas de um armário que estava a abarrotar de esqueletos. A ideia até era boa. Achou que era preferível ser ela mesma a tomar a iniciativa de arejar o armário do que esperar que os sempre diligentes Media lhe fizessem rebentar os escândalos na cara em plena campanha eleitoral.

A ideia, repito, até era boa, mas a sua concretização foi desastrosa  - e como todos estamos carecas de saber o cemitério está cheio de ideias boas.

Numa entrevista ao Evening Standard, Sally confessou que num passado não muito longínquo se enfrascava numa base diária e era militante fervorosa dos one night stand (quecas não planeadas e sem agendamento de follow up – a não ser uma DST ou gravidez, ambos involuntários e indesejados), adorando sair à noite sem saber ao lado de quem e em que cama iria acordar no dia seguinte.

A reacção da oposição conservadora e do aparelho trabalhista à revelação do passado libertino da pré-candidata deitou por terra as ambições eleitorais do Sally, que percebeu que terá de se mexer por outro lado para arranjar emprego.

Como se isto não bastasse para atazanar o juízo do bom do John Sercow,  um outro gratuito, o magro Metro, descobriu que ele, no ardor da sua juventude, redigiu e fez publicar um guia para lidar com mulheres, em que dava preciosos conselhos práticos sobre como engatar virgens, levar para a cama gajas bêbadas ou ver-se livre de uma miúda com quem partilhamos os fluidos mas não estamos de modo algum interessados em ver novamente pela frente (ou até mesmo por trás!) no resto da nossa vida.

Algo de sombrio se perfila no horizonte da indústria dos jornais, quando um turista de visita a Londres se inteira deste e doutros pormenores saborosos e escabrosos da vida de gente célebre sem ter de gastar um único penny – basta aceitar os jornais que gentilmente nos oferecem nas esquinas e nas entradas para as estações de metro.

 Londres, 4 Dezembro 2009