Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Qua | 02.09.09

Sete coisas que não fiz mas gostaria de ter feito

Jorge Fiel

Cinco dias em Paris é melhor do que quatro dias em Paris - mas é pior que seis dias em Paris. Vem esta evidência lapaliciana a propósito das coisas que não fiz durante esta viagem e gostaria de ter feito.

Para memória futura, compulso numa lista as minhas faltas de comparência:

1.     Lamentavelmente não embarquei na roda gigante que está instalada entre as Tulherias e rue de Rivoli. É imperdoável, tanto mais que ainda me lembro como se fosse hoje o belo divertimento que foi ter andado, aqui há uma data de anos, com o Cassiano Ferraz (companheiro de outra aventura bem mais radical- a excursão pedestre ao topo da Notre Dâme, mesmo até ao apartamento do Corcunda), na roda gigante que esteve instalado na Place Concorde;

 

2.     Não fui ver a exposição do Kandinsky que está no Pompidou, o que é irremediável, pois trata-se de uma mostra temporária, mas não é grave. Grave, dramático mesmo, seria se eu tivesse falhado aqui há uns anos a formidável exposição de Magritte que esteve na Galeria Jeu de Paume;

 

3.     Falhei a experiência praias de Paris em Agosto (ver foto). Elas estavam ali tão perto, bastava descer até às margens do Sena e espreguiçar-me (gratuitamente) numa daquelas deck chairs, espreitando com um olho os bateaux mouche - e usando o outro para seguir um jogo de petanque;

 

4.     Fazia parte dos meus planos dar uma passeata pelo Parc Monceau, o que ficou no tinteiro, apesar de ter andado por lá perto quando fui à Fnac de Ternes;

 

5.     Gosto muito das cadeiras verde tropa dos Jardins du Luxembourg e por mais de uma vez já estive para comprar uma (ou até mesmo duas!) das mais confortáveis (as que têm braços e que dão para estar quase deitado). Podia ter sido desta vez. Fica para a próxima;

 

6.     Há umas contas a ajustar entre mim e o Museu Carnavalet no Marais, onde se conta a história da cidade e que é considerado uma das maravilhas de Paris. Estou farto de passar à porta mas nunca me dispus a entrar, por esta ou outra razão. Espero ter oportunidade para o fazer ainda em vida;

 

7.     Já andei por diversas vezes Sena acima, Sena abaixo, em diferentes tipos de embarcação, mas falta a aventura fluvial de fazer o canal de Saint Martin até ao bassin de La Villette.

    

Devo ainda dizer que fiquei com remorsos de não ter insistido em apear-nos do Montmartrebus, na paragem junto à Place du Tertre, que a Marta gostaria de ter visitado.

Ter | 01.09.09

A última refeição na rue Dauphine

Jorge Fiel

Para nos servir a última refeição desta investida sobre Paris escolhemos um restaurante tipicamente francês, como próprio nome indica: o Sushi 6, no 10 da rue Dauphine, na Rive Gauche.

Concordo que teria sido mais adequado e tipical umas cuisses de canard, ou até o mesmo um croque monsieur (o antepassado que está para a nossa gloriosa francesinha como o homem de Neandertal para o Homo Sapiens), mas a vida é feita destas pequenas contradições.

Apesar de Paris ficar claramente fora do raio de acção da ASAE, o Sushi 6 revelou ser um chinês travestido em japonês – uma tendência que pelo visto não é local, mas antes internacional.

Os ventos da globalização sopraram também até à ementa escolhida, o Menu Love (“alors, pas menu Amour, mais menu Love, c’est comme ça, la globalisation”) que integrava, além de duas sopinhas e duas saladas, oito sushis (quatro de salmão e outros quatro de atum), além de 12 makis alegremente baptizados Las Vegas e California -  tudo por 35 euros.

Como éramos quatro à mesa, incluindo a cervejinha (a japonesa Asahi e a chinesa Tsingtao, num pluralismo de encomenda comevedor na medida em que evocativo do tolerante slogan  “todos diferentes todos iguais”), a festa ficou a 18 euros por cabeça. Aproximava-se a hora de dizer Sayonara Paris!

Pág. 3/3