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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Ter | 31.03.09

O melhor amigo do homem é uma lata de atum

Jorge Fiel

Apesar de gostar de cães, acho que o melhor amigo do homem é uma lata de atum de conserva.

Equipada com um sistema de abertura fácil (graças a uma bem aventurada coligação entre Deus e o desenvolvimento tecnológico terreno, já não é preciso corrermos o risco de amputar os dedos sempre que abrimos uma lata), uma conserva de atum resolve uma refeição, em caso de aflição.

Se optarmos por um sandocha, temos duas soluções ao nosso dispor:

a)     A javarda, em que o atum é casado com doses industriais de maionese, dando origem a uma pasta saborosa e fácil de barrar, mas com níveis letais de colesterol;

 

b)    A saudável, em que rodelas de tomate, fatias de ovo cozido e folhas de alface fazem companhia ao atum (conservado em azeite virgem ou ao natural!).

Sem que isso possa ser interpretado como falta de respeito pela sandes de atum  (a que recorro com bastante frequência) devo confessar que prefiro pôr o atum a conviver com feijão frade (também enlatado), sendo que o conjunto é generosamente regado com azeite, vinagre, salsa e bocadinhos de cebola picada.

Uma saladinha destas, acompanhada de um copo de branco geladinho, é o sonho de uma noite de Verão.

Seg | 30.03.09

A terrível maldição em que incorreu a Torralta

Jorge Fiel

No estertor do Estado Novo, a Torralta também se lembrou de usar o meu apelido em vão.

O capitalismo popular estava eufórico e ao rubro (1), quando a Torralta resolveu tentar convencer o pessoal a subscrever as suas acções com um anúncio em que era apresentada uma família portuguesa alegadamente típica – bebia esta sua aparente tipicidade no facto de ser proprietária de acções da Torralta e de um cão chamado Fiel.

Chegados a este ponto, acho que já compreenderam a origem de todas as desventuras, infortúnios e desacatos que nos 30 anos seguintes desabaram em cima do irmão Silva, dos accionistas da Torralta e do projecto turístico de Tróia.

Só para terem uma ideia do alcance da maldição em que incorreram no impensado acto de aprovarem o anúncio da família com acções e cão, devo informar-vos que nem o grande Belmiro de Azevedo ficou imune.

A própria Sonae começa a sentir a fundar-se nas areias movediças de Tróia – e foi obrigada a pagar em espécie (22 casas) trabalhos de construção civil encomendados à Soares da Costa.  Ao que isto chegou!  

Não tenho (nunca tive) por hábito ameaçar.  Condeno todas as ameaças.

Fico mesmo muito irritado quando alguém profere a cobarde frase: “Ou te calas com isso, ou eu desfaço-te esse focinho” - sendo que o inicio da frase pode ser substituído por outro arranque, do estilo, “ou paras de dizer que a minha irmã já dormiu com um terço dos filhos da puta do liceu, ou eu ponho a tua cara num tal estado que nem a tua própria mãe te vai reconhecer”.

O “agarrem-me, senão eu dou cabo dele!” é portuguesmente triste. Uma pessoa séria não ameaçar dar nas trombas – dá e pronto! Tipo Pearl Harbour. Pisou a linha, habilitou-se às consequências. Tipo Guerra dos Cinco Dias ou blietzkrieg.

Primeiro, enfia-se um murro no nariz e outro no plexo solar (abrir com uma cabeçada no nariz é uma variante muito honesta, uma coisa ao estilo da Defesa Siciliana).  

Depois, acorrem os assistentes, disfarçados de batalhão informal dos célebres Capacetes Azuis, a separar o agressor e a vítima.

No final, iniciam-se a conversações de paz sob a égide da ONU.

Esta é a fita do tempo adequada a uma rixa.

Pondo uma pedra no affaire Torralta (e parafraseando o camarada Coelhone), quem se mete com o Fiel, leva!

………………………………………….

(1)  O colorido desta qualificação revela-se particularmente apropriado, porque um dos papéis mais procurados era o do BIP, um banco dirigido por Jorge Brito, um especulador bolsista celebrizado na Primavera Marcelista que em vida se distinguiria ainda como grande coleccionador de Viera da Silva e futuro presidente do Benfica.

Dom | 29.03.09

O caso do duque que ficou à espera do cheque de 50 contos, referente com o subsídio de férias

Jorge Fiel

O duque vinho

Foi bastante fácil controlar os danos do lançamento de uma marca de pet food como o meu apelido. Foi como limpar o cu a meninos.

Mas, quando passo mentalmente em revista este episódio ocorrido durante a Primavera marcelista, ainda lamento que ninguém na minha família tenha tido o golpe de asa de usar os tribunais para fazer com que o audacioso fabricante de latas de comida para cães de marca Fiel fosse obrigado a abrir os cordões à bolsa, contribuindo assim para a nossa felicidade.

Despertei para essa possibilidade quando tomei conhecimento de um curioso episódio periférico ao lançamento pela Sogrape da marca Duque de Viseu, com uvas da Quinta de Carvalhais, cuja reconversão deu um novo e fantástico fôlego aos vinhos do Dâo.

Estava tudo pronto, o vinho afinado e o dispositivo de marketing preparado, quando alguém do estado maior da Sogrape ergueu a voz e fez a pergunta fatal: “Alguém chegou a falar com o duque de Viseu a pedir-lhe autorização para usarmos o título?”

Aflitos com o esquecimento, os Guedes logo contactaram o duque de Viseu (irmão do duque de Bragança, o pândego pretendente ao trono) sugerindo-lhe duas hipóteses de recompensa pelo uso do seu título como marca comercial:

a)     Pagar-lhe uma determinada quantia mensal (estou em crer que 50 contos, ou seja cerca de 250 euros);

 

b)    Oferecer-lhe todos os anos, por altura do Natal, uma quantidade generosa de caixas de Duque de Viseu (branco e tinto) que não só bastasse às necessidades de consumo do fidalgo mas também permitissem que ele fizesse umas ofertas aos amigos.

 

O duque preferiu o dinheiro ao vinho, opção que, no meu entender, o qualifica (atenção aos mais distraídos: esta frase não é um elogio).

Volvidos alguns meses sobre este acordo de cavalheiros, Fernando Guedes tropeçou no duque de Viseu, num evento social, e fez logo questão de se inteirar se tudo corria conforme ao combinado.

O duque apressou-se a dizer que sim; só tinha uma pequena queixa: “Sabe, esqueceram-se de me enviar o cheque correspondente ao subsídio de férias…”

Em face desta gentil reclamação, o patriarca dos Guedes não teve outro remédio senão instruir a tesouraria para em Dezembro mandar ao duque um cheque referente ao 13º mês.

 

O duque duque  

Sab | 28.03.09

Uma campanha negra para me assassinar o carácter baseada numa marca de comida para cães

Jorge Fiel

Sempre gostei de cães e cheguei a ter alguns – um deles baptizei-o Júlio o que levou alguns colegas meus favorecidos pelo humor a produzir a graçola de que eu tinha um nome de cão (Fiel) mas tinha um cão com nome de gente.

Enfim, o meu apelido, um tudo menos banal que o de Silva (o do PR), Sousa (o do PM) ou Santos (o do dono do grupo Jerónimo Martins), obrigou-me, ao longo da vida, a experimentar a qualidade do sentido de humor das pessoas com que me fui cruzando.

Quando andava no liceu Alexandre Herculano, tive de enfrentar as consequências de um empreendedor ter achado o meu apelido adequado para marca de comida para cães.

Esta ideia original levou os meus colegas mais danados para a brincadeira a gostarem de me comunicar que eu tinha nome de cão.  

Consegui matar no ovo esta tentativa desajeitada de gozar com o próximo (que no caso era eu), usando uma técnica imbatível, que se mantém actual, e consiste em não ligar.

Sou eu quem escolha as pessoas que reconheço reunirem qualidade, competência e direito para me criticarem ou elogiarem – e, por maioria de razão, a brincarem comigo.

Na sua imensa sabedoria, o povo sintetizou numa frase a base teórica desta técnica: “Vozes de burro não chegam ao céu”.

Quando algum incauto me vinha com essa história das latas Fiel de comida para cães, eu logo confirmava, com ar circunspecto, a existência do produto e confidenciava-lhe que a fábrica era da família.

Quem a geria era um tio meu que vivia em Setúbal, mas o meu pai também era sócio. Informava ainda que o negócio corria muito bem, mas pedia segredo desta condição de herdeiro de uma família da aristocracia industrial: “Não contes, por favor, isto a ninguém, senão desata tudo a cravar-me dinheiro!”

Deu um resultadão esta táctica de asfixiar no ovo esta campanha negra, cortando-lhe o oxigénio e impedindo-a assim de atingir o malévolo objectivo de assassinar o meu carácter.

Sex | 27.03.09

A filha que foi atropelada na passadeira, o sogro com Alzheimer e a mulher com cancro na mama

Jorge Fiel

A gravidade de chegar atrasado a um encontro – ou até mesmo não comparecer – é tal que os perpretadores são, no mínimo, obrigados a apresentar desculpas suficientemente brutais e imaginativas para levarem as vítimas a ponderar aceitá-las.

Desculpas do estilo “estava muito trânsito”, “tive um furo”,  “fiquei sem gasolina”, “apanhei um acidente na auto-estrada”, “venho de uma reunião que nunca mais acabava”  não valem um tostão furado e estão mais gastas que as meias Ecco bordeaux que adquiri em 1995.

Em nome da criatividade e de um resto de respeito pelas vítimas do atraso alheio, passo a inventariar quatro desculpas aceitáveis.

“A minha filha foi atropelada na passadeira e tive de a levar ao hospital”

Ora aqui temos uma boa desculpa, capaz de absolver um atraso superior a meia hora (se não houver lugar a amputações) ou até mesmo uma falta (mas pode ver-se na contingência de apresentar uma filha estropiada)  contanto que seja verdadeira. Não se esqueça que pode deitar tudo a perder se responder “Que filha? Que eu saiba não tenho filha nenhuma…”   quando a vitima lhe telefonar no dia seguinte a inteirar-se do estado de saúde da sua filha.

“Atrasei-me a sair de casa porque o meu sogro, que está com Alzheimer, queria bater na minha sogra, que está entrevada na cama”

Mais uma excelente desculpa, mas que deverá abster-se de usar com as pessoas que conheçam os seus sogros e saibam que eles são saudáveis e vivem em Olhão, em casa do seu irmão mais velho que é médico.

“Desculpa lá não ter aparecido, mas comecei a sentir um dor no peito, suores frios, vim ao hospital e eles não me querem deixar sair, porque desconfiam que estou a fazer um enfarte”

Uma desculpa de primeiríssima água, mas deve certificar-se previamente de que as pessoas que estão sentadas ao seu lado, na mesa da esplanada, não vão tecer comentários em voz alta acerca da sua enorme lata -  pelo menos durante o telefonema.

“Peço muito desculpa mas atrasei-me porque a minha mulher começa amanhã uma série de tratamentos no IPO e pediu-me para a levar ao cabeleireiro – sabe, pode ser a última vez...”

Magnífica desculpa que tem o único inconveniente da vítima se convencer de que você é um adultero sem coração quando no fim de semana a seguir o encontrar de mão dada no cinema com um mulher com farta cabeleira (que por acaso é mesmo a sua).

 

PS. Não sei se já perceberam, mas eu também começo a ficar contaminado pelo fuso horário de Varsóvia J

 

Qui | 26.03.09

Um período máximo de tolerância de 15 minutos

Jorge Fiel

 

Umas das coisas que me irrita solenemente nas pessoas atrasadas é o facto de não serem coerentes.

Chegam atrasados a jantares, apresentação de livros e encontros, mas - numa demonstração inequívoca de uma intolerável hipocrisia - comparecem à hora marcada nos acontecimentos e situações em que isso é obrigatório.

Esses horríveis hipócritas estão no aeroporto à hora (fica caro perder o avião),  chegam ao cinema a tempo de ver os previews (não querem, por nada, perder o início do filme),  ao concerto antes dos músicos afinarem os instrumentos certos (não arriscam ficar à porta à espera do final do primeiro andamento) e ao futebol enquanto os jogadores ainda fazem os exercícios de aquecimento (não lhes passa pela cabeça deixarem de ver um golo). Mas chegam impreterivelmente atrasados ao encontro para jantar ou à reunião de condomínio.

Recais sobre os ombros de nós, que somos pontuais, a pesada tarefa de educar pelo exemplo os atrasadinhos mal educados.

Amorim Martins, empresário da construção civil e ex-presidente da AI Portuense e do Conselho Empresarial do Norte, tinha como regra de conduta nunca esperar mais de cinco minutos. Quem chegasse seis minutos atrasado não o encontrava a ele - apenas o lugar.

Na minha cruzada pessoal pela pontualidade, sugiro que comecemos por um período máximo de tolerância de 15 minutos aos atrasado. Nem mais um segundo!  

…………..

(1)  Estou a falar das pessoas saudáveis que se atrasam por sistema, e não das patologicamente atrasadas, como é o caso do Santos,  que ontem foi aqui escalpelizado.

 

Qua | 25.03.09

A breve história do meu amigo C. Santos que tem a vida dele toda regulada pelo fuso horário polaco

Jorge Fiel

Tenho um amigo, o C. Santos, que é alérgico às horas e geneticamente incapaz de comparecer a um encontro com um atraso inferior a duas horas – ou seja está regulado pelo fuso horário de Varsóvia.

Conta-se que ele já cometeu a proeza de chegar mais de um dia atrasado a compromisso com um cliente - sublinho que ele estava na ingrata posição de vendedor, ou seja o interesse era dele, o que por si só atesta, no meu entender, estarmos na presença de um atraso perpretado de boa fé na cara do pagante e e não uma falta de respeito pelo desgraçado que tinha de aguentar e calar, com um sorriso nos lábios, para ver se conseguia impingir-lhe o servicinho.

Até eu tomar conhecimento da ocorrência deste atraso superior a 24 horas (confirmado por várias fontes), eu estava intimamente convencido que problema do Santos consistia no facto do seu relógio interior ter sido regulado na origem para ele funcionar noutro fuso, mais a Leste (o já referido fuso polaco) e que tudo se resolveria se ele, por exemplo, fosse exportado para a Rússia.

Em Moscovo, atrevia-me eu a pensar, o Santos até seria capaz de chegar um bocadinho antes da hora marcada para um determinado compromisso.

Mas toda esta minha teoria benevolente foi arrasada como um castelo de cartas pelo atraso superior a um dia. Fiquei convencido que o assunto não se resolveria mesmo que o Santos fosse transplantado para Brisbane.

Neste momento, tendo a olhar para estes pantagruélicos atrasos como uma manifestação de uma terrível doença incurável.

Da mesma maneira que há pessoas que não conseguem evitar roubar (ou seja são cleptómanas), também há gente, como o Santos, que não conseguem cumprir horários (ou seja são cleptómanas do tempo dos outros).

 

Ter | 24.03.09

Um libelo contra a errónea ideia de que é chique chegar atrasado a uma data de eventos sociais

Jorge Fiel

Nós, portugueses, temos tatuadas no nosso carácter algumas idiossincrasias que nos perdem – fazendo com que continuemos a divergir da União Europeia e a ser alegremente ultrapassados pelos países do alargamento. Uma dessas coisas é considerar chique chegar atrasado.

A conferência de imprensa do presidente da Câmara está marcada para as 15 horas? Se aparecer antes das 15h30 ficará para todo o sempre conhecido como o jornalista precoce – e arrisca-se a ser considerado pelos seus colegas como alguém que presta clandestinamente um serviço de assessoria de imprensa ao autarca conferencista.  

A vernissage de uma exposição está marcada para as 19h00? Se ousar chegar antes das 19h45 ficará para todo o sempre classificado como o bimbo desocupado – e arrisca-se seriamente a chegar antes dos organizadores.

O jantar está marcado para as 20h30? Se se atrever a chegar antes das 21h30 ficará para todo o sempre com a fama de ser o convidado esfomeado – e arrisca-se seriamente a ser mobilizado pela empresa de catering a distribuir pelas mesas os pratinhos com os bolinhos de bacalhau.

A festa está marcada para a meia noite? Habilite-se a chegar antes das duas da manhã e ficará para todo o sempre conhecido como o borguista ansioso que chegou à discoteca ainda antes da hora do despertador tocar na mesinha de cabeceira do porteiro.

Tenho para mim que este país não vai para a frente enquanto chegar atrasado for considerado chique e as Paulas Bobones indicarem nos seus manuais de etiqueta e boas maneiras o atraso mínimo com que se deve chegar a eventos sociais.

Seg | 23.03.09

Os atrasados são mal educados

Jorge Fiel

Estou atrasado. Não no sentido feminino, que pode significar a iminência de estar pronto a despontar um clandestino pela proa. Mas no sentido literal.

Este post deveria ter sido publicado às 18h08 e eu falhei a entrega pontual, que consegui manter durante mais de quatro meses (com duas ou três pequenas vigarices  - dias em que, reconheço, postei com alguns minutos de atraso, mas mantendo o carimbo horário que elegi como uma das marcas da Lavandaria).

Este falhanço não faz de mim um atraso de vida, mas perturba-me. Incomoda-me porque eu detesto atrasos e a pontualidade é uma daquelas qualidades que eu considero indispensáveis para quem queira viver em sociedade – muito mais importante do que saber comer com faca e garfo, limpar o salão antes da meia noite ou cortar as unhas em público.

Irrita-me solenemente que um tipo que chega meia hora atrasado, sem avisar previamente (o que, como agravante, não custa nada desde a revolução das SMS) e sem apresentar uma desculpa aceitável (1), se dê ao luxo de considerar má educação que o desgraçado que esteve à espera o mande foder (no sentido figurado).

É uma profunda falta de respeito pelo próximo chegar atrasado. Um atrasado é isso mesmo e ainda pior: um grande mal-educado.

Peço por isso um milhão de desculpas por este atraso, e prometo duas coisas:

a)     esforçar-me por voltar a ser pontual;

 

b)    continuar a dissecar aqui o tema dos atrasos.

 

 (continua)

……………………………

(1)  Queixar-se do trânsito não vale, porque os engarrafamentos são como o sol – quando nascem são para todos.

Dom | 22.03.09

A mamã Ronalda, de calções, em Manchester

Jorge Fiel

O júri da Lavandaria decidiu por unanimidade atribuir o Prémio Foto da Semana à revista TVMais pela magnífica imagem de Dolores Santos (a mamã Ronalda) em Manchester.

Sabe-se que uma imagem vale mil palavras, mas neste caso acho relevante citar algumas das centenas de palavras escritas pelo/a colega da TVMais a quem coube redigir título, texto e legendas para emoldurarem esta fantástica fotografia.

O título, curto e grosso, merece 19 valores, numa escala de zero a 20: “Muito à frente”. É assim mesmo. Poderoso. Um murro no estômago. Completamente a abrir.

A legenda é demolidora: “Segura de si, Dolores Santos caminha satisfeita pelas ruas de Manchester. Tal como o filho, já é uma fashion victim”.

A entrada é digna de ser dada como exemplo nas escolas de jornalismo: “a mãe de Ronaldo não descura a moda e nem o frio inglês a impede de usar uma das suas peças preferidas: calções!”.

No capítulo das revistas cor-de-rosa, o júri da Lavandaria decidiu ainda atribuir uma menção honrosa à Caras por uma breve deliciosa que pode passar despercebida dos leitores por ter sido publicada numa página lá para o fim da revista mas que reproduzimos com muito gosto e a devida vénia:

GIO RODRIGUES E ANA GOMES

Estilista faz balanço dos primeiros meses de casamento

Durante a apresentação da sua colecção de roupa interior, Gio Rodrigues fez o balanço de dois meses de casamento com Ana Gomes: “No inicio foi um pouco estranho, mas adaptámo-nos facilmente, como se tivéssemos partilhado o mesmo espaço desde sempre. No entanto, têm sido dois meses bastante agitados. Desde que chegámos da lua-de-mel, ainda não parámos”. Uma opinião partilhada pela mulher, qe tem sido um apoio muito importante.

Resta-nos desejar ao casalinho que sossegue e cá ficamos à espera, a roer as unhas, do balanço trimestral.

 

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