Ora aí está a tão aguardada lista dos meus sete pecados mortais, de sete coisas que acho sexy numa mulher. Não tenho a mínima dúvida de que divulgar esta lista é um acto kamikaze. Se calhar pior que kamikaze porque ao contrário do que acontecia com os valentes (e doidos) pilotos japoneses dos caças Zero durante o ocaso da Guerra no Pacifico, eu vou ficar por cá a arcar no lombo com as consequências deste acto irreflectido.
Sei que vou ser crucificado (o que vale é que, num passado distante, há pelo menos um precedente honrado). Sinto-me como um cordeirinho a encaminhar-me para a matança. Mas mesmo assim não recuo. É estranho. Deve ser a atracção do abismo. A minha costela «voyeur» a desvendar-se. Ou então não é essa mas antes a costela exibicionista que triunfou e vai a prejudicar irreversivelmente o futuro da minha carreira, se é que isso (o futuro da minha carreira) existe e não é apenas uma miragem a que só eu tenho acesso.
Peço desculpa de não ter abordado o tema do Orgasmo Vertical, o magnifico conceito elaborado por Eduardo Prado Coelho. Fica para outra vez.
Parto domingo de manhã para Moscovo, de férias, e deixo-vos em herança esta lista para comentarem e debaterem.Não façam cerimónia. Se for necessário, recorram ao insulto e ao espezinhamento. Portem-se mal. Prometo que à volta comentarei tudo - e os frequentadores habituais sabem que quando digo que é tudo, é tudo mesmo.
Este domingo não há, por isso, Sunday Post. No próximo dia 1de Abril também não. Será substituido nesse dia por uma edição única e especial do Moscow Times - ou do Pravda. Se a editar no domingo 1 de Abril optarei pelo Pravda, que como presumo que sabem quer dizer verdade em russo. Se for na segunda, penso que optarei pelo mais circunspecto Moscow Times.
Façam o favor de se divertir (e já agora serem felizes) durante a minha ausência.
1. Enormes seios! Pois, já estavam mesmo à espera disso. É tão tipico dos homens ficaram babados e doidos na presença de enormes seios. Pensem bem. Não foi por sair ao pai ou por ter um palminho de cara que a Pamela Andersen saiu onze vezes na capa da Playboy. Eu não fujo à regra. Atraem-me as mamas grandes (dão vontade de um tipo meter a cabeça ali no meio e adormecer, mas também despertam outras vontades e ideias que me inibo de detalhar).
Mas também gosto de mamas pequenas e de mamas médias. De mamas com a auréola à volta do bico do tamanho XL (tão grande como às vezes a Lua aparece, não sei bem porquê) e de mamas com auréolas minúsculas. E não me parece haver contradição nenhuma no que acabo de declarar. Gostar de carne não implica não detestar peixe. Salivar a pensar num rodovalho grelhado não é contraditório com a visita mensal ao Mineirão do Cais de Gaia, para me empanzinar com um rodízio de carne que atinge o seu zénite coom o desembarque do cupim.
Uma última coisa. Elas (as mamas) são todas diferentes. Mesmo as duas constiituintes do mesmo par têm a sua individualidade (não é por acaso que a boa da Scarlett Johanssen baptizou cada uma das suas com um nome diferente). É preciso conhecê-las para saber como tratá-las e evitar que uma fique com ciumes da outra.Está redondamente enganado quem pensa que quem viu um par de mamas as viu a todas -ou, como disse o Orson Welles , que quem viu todas viu apenas umas!
2. Lingerie erótica. É vulgar, mas é verdade. Esse pacote todo do ligueiro e meias pretas (ou de rede, ou de fantasia, ou...) deixam-nos de cabeça perdida. A mim e ao resto da confraria. Pode ser triste e pouco sofisticado. Mas é uma dura verdade.
É muito excitante a perspectiva de não ter que despir as meias da parceira antes de iniciar o truca truca. É muito agradável à vista (direi mesmo, um regalo para os olhos) o contraste entre o preto das meias (muitas das vezes com o canhão superior escurecido) e o branco da carne da coxa. Presumo que não estou a dar uma novidade, apesar de estar perfeitamente consciente que muita gente me vai acusar de estar a achincalhar a condição feminina.
Mas a lingerie erótica não se esgota neste cliché. Ao longo da vida já me foram dados a ver belíssimos conjuntos, das melhores marcas (da clássica Triumph à mais atrevida Victoria's Secret), dos mais variados formatos (desde as cuecas de gola alta até às de fio dental)e cores (preto sim, mas também roxos, laranjas, enfim uma paleta bem sortida);
3. Cabelo curto. Nada contra as mulheres de cabelo comprido. Paz e amor! Também gosto muito de vocês!Mas acho n sexy o cabelo curto, muito curto até. Uma das vantagens do cabelo curto é facilitar o acesso ao pescoço, parte da anatomia feminina que temo estar a ser negligenciada. pode ser impressão minha, mas veêm-se cada vez menos chupões por aí - e acho que todagente está de acordo em achar erótica a visão de um chupão (ou até mesmo de uma pequena nóda negra num local estratégico..;
4. Sapatos de salto alto. Tenho algum fetichismo por pés. Mas o efeito dos sapatos de salto fino e alto verificam-se a montante, já que melhoram imenso as linhas do tornozelo e das pernas (e podem conferir um suplemento de erotismo ao andar).
Também gosto da generalidade das botas (acessório que se tem soficticado imenso nos últimos tempos), excepção feita às botas brancas (grrrrrrrr). E acho mil vezes preferiveis asbotas sem tacão do que botas que assentam em cunhas (essas são, no meu entender, absolutamente horriveis). Mas aprecio outras coisas. Um pé bonito fica o máximo dentro de uma sandália com salto. E também me fala ao coração (para não dizer outra coisa) ver um pé calçado com umas havianas azuis e uns jeans curtos, à pirata;
5. Fio dental. Tenho vergonha de o confessar, pois acho ordinária a moda de mostrar o topo da cueca de fio dental. Ordinário, mas sexy. Apesar de não se um especial fã das cuecas de fio dental, tenho de reconhecer que tem valências muito uteis, como, por exemplo, a de não ser preciso despi-las (basta afastar) para ir directo ao assunto;
6. Falar durante. Acho muito fixe dizer o que nos apetece (mas mesmo tudo o que nos apetece e usando todas as palavras disponiveis no dicionário) durante o acto. E ao contrário do que possam pensar, isso não se trata de uma taradice dos tempos modernos. Na sua tese de doutoramento, a antropóloga Catarina Casanova concluiu que os chimpanzés vocalizam sempre quando copulam. Esta é para os que gostam de ir buscar exemplos à vida animal, como por exemplo ao comportamento dos pinguins. O exemplo dos chimpanzés é melhor porque estão mais próximos de nós que os infelizes dos pinguins.
7. Ligeiro estrabismo. A simetria nunca foi o meu cânone. Excitam-me muito uns olhos ligeiramente desalinhados- bem até podem se um bocado desalinhados, mas nada da exageros como o Medeiros Ferreira que olha para as duas câmaras ao mesmo tempo. Também acho muito sexy o olhar das míopes;
Tenho dito
A foto que encima este «post» foi cedida pela Pecadora, uma colega que tem um blogue (http://asfantasiasdeumhomem.blogspot.com/ ) que vale bem uma visita- ou até mesmo várias
O futebol nasceu como um jogo de «gentlemen», cresceu e desenvolveu-se como o desporto de massas favorito dos operários – uma espécie de novo ópio do povo -, e acaba de se tornar numa divisão lucrativa da indústria de entretenimento. A televisão é a principal suspeita da autoria desta radical mudança de carácter.
É muito provável que a primeira bola de «foot ball» tenha sido trazida de Inglaterra para o nosso país por membros da família Pinto Basto, dona da Vista Alegre. Mas o jogo democratizou-se rapidamente à medida que se massificava e em meados do século XX verificamos que os mapas das concentrações industriais e futebolística do país se ajustam. O crescente poderio da Cintura Industrial de Lisboa repercute-se nos sucessos futebolísticos do Barreirense e da Cuf- clube de futebol privativo dos Mello, experiência que teria eco a Norte quando a Riopele criou também uma equipa de fábrica que chegou a disputar o nacional da I Dividão.
O futebol era um divertimento barato, adequado a bolsas pobres. Jogava-se aos domingos à tarde, o único dia da semana livre de trabalho. Os sócios não pagavam para ir aos jogos. Os campos, tal como os comboios, dividiam-se em três classes - o peão (pé), as superiores (a segunda classe, atrás das balizas) e as bancadas – todas com lugares expostos ao sol, ao vento e à chuva. Ia-se e vinha-se do futebol de transporte público.
Nunca me esquecerei das dezenas de autocarros verdes, de dois andares, da carreira D (futura 78), que se alinhavam vazios, à volta da Praça Velásquez, à espera dos adeptos vindos das
Antas, que depois despejaria na praça D. João I, onde não raro já circulavam os ardinas apregoando a edição do dia do Norte Desportivo, que já trazia os resultados e resumos dos jogos da tarde.
O trissemanário A Bola era o mais lido, deixando a distância larga a concorrência lisboeta (Mundo Desportivo e Record) e nortenha (o bissemanário Norte Desportivo, dirigido pelo portista e vascaíno Alves Teixeira). A Bola era uma «Bíblia» que só podia andar debaixo do braço de gente que apenas vestia fato aos domingos – os que usavam gravata para ir trabalhar ou não a liam ou não queriam que se soubesse que a liam.
Gostar de futebol era «baixo», coisa pouco própria e mal vista pelos intelectuais. Os próprios jornalistas segregavam os seus pares dos jornais desportivos, considerando-os uma classe à parte e vedando-lhes por isso o acesso às suas organizações.
Os ídolos da bola, glorificados em pequenas biografias profusamente ilustradas numa colecção dirigida por Henrique Parreirão, eram heróis da classe operária e da pequena burguesia, com ascensão social limitada. Nunca teria passado pela cabeça dos descendentes dos Pinto Basto que trouxeram para Portugal a primeira bola de futebol usar a imagem de Flora, a mulher de Eusébio, para vender as finas porcelanas da Vista Alegre.
O aparelho de Estado adoptou uma atitude de tolerância e benevolência apologética para com o fenómeno futebol. Temente das aglomerações de massas entusiasmadas, polarizadas pelo clube mais popular e que usava o vermelho (rapidamente transformado em encarnado) nas camisolas e bandeiras, o Governo de Salazar logo tratou de os integrar, transformando as vitórias do Benfica na Taça dos Clubes Campeões Europeus nos anos 60 em vitórias da pátria multiracial (o capitão Coluna e o goleador Eusébio eram portugueses de além mar) e motivos para engraxar o nosso patriotismo – tal como no passado tinham sido os triunfos no hóquei em patins.
E a televisão, o mais promissor braço emergente do aparelho de Estado, aproveitou a bela campanha dos Magriços no Mundial de Inglaterra, em 66, para se massificar (1) – muitas famílias portuguesas aproveitaram esta altura para comprar o seu primeiro televisor -, o que mais tarde viria a ser aproveitadopor Marcelo Caetano para comunicar ao pais, sem intermediários, nas suas Conversas em família.
O 25 de Abril, as nacionalizações e a recuperação económica que teve como locomotiva as PME exportadoras do Norte, mudaram a face do Nacional de futebol da I Divisão. Equipas como a Cuf, Atlético, Oriental e Barreirense desapareceram da tabela, dando lugar a clubes que exprimiam o novo poder, como o Tirsense, Famalicão e Desportivo das Aves.
A estabilização económica e política do país lograda durante a década cavaquista, após a adesão à CEE e as reprivatizações, corrigiram este movimento de pêndulo. O novo quadro da I Divisão passou a representar menos a vitalidade económica das zonas e regiões onde os clubes se inseriam e mais a crescente importância do poder autárquico.
A par desta mudança na infra-estrutura económica e na super-estrutura política, assistimos a um lento mas seguro «upgrade» social e cultural do futebol, exponenciado pela explosão, um pouco por toda a Europa, dos canais privados de televisão, que na sua voracidade por audiências e novas estrelas mudaram a face e carácter deste desporto.
O futebol deixou de ser o jogo de domingo à tarde. Uma jornada em que todos os desafios se disputam ao mesmo tempo é um enorme desperdício, pois só se pode fazer a transmissão televisiva de um. Por causa da televisão, passou a haver futebol à sexta à noite, ao sábado à tarde, ao sábado à noite, ao domingo ao fim da tarde, ao domingo à noite e à segunda à noite.
Ao inundarem-no de dinheiro, transformaram o futebol num negócio, os clubes deixaram de poder ser geridos por amadores e foram obrigados a transformarem-se em sociedades anónimas, com impressionantes volumes de negócios anuais.
Jogadores baixos e atarracados como Lemos (2) e treinadores pouco fluentes como Cabrita (3) são incompatíveis como o novo «star system» futebolístico induzido pelas televisões. Antes de se tornar num ícone – a Galp paga fortunas para associar a imagem dele à sua marca -, Luís Figo teve de abandonar o ridículo corte de cabelo que usou no início da carreira, casou com a elegante modelo sueca Helen Svedin e fez dezenas de capas de revistas do coração.
O resultado final de toda esta profunda transformação é a de que o futebol deixou de ser um espectáculo barato.
Joga-se quase todos os dias em estádios modernos, com todos os lugares marcados e protegidos dos rigores dos elementos e em que as empresas compraram ao preço de T5 duplex com vistas para o mar o direito de usar durante uma época camarotes onde os seus convidados beberricam um copo de vinho branco enquanto apreciam o jogo, jantam no intervalo e vêem na televisão as repetições dos golos e dos lances polémicos.
As quotas que os sócios pagam apenas lhe dão direito a comprar bilhetes (caros) para irem aos jogos.
O peão foi extinto, bem como o acesso às novas catedrais dos seus antigos utentes, atirados para o sofá de sua casa ou a mesa de um café com assinatura da Sportv.
E passou a ser compatível ter o estatuto de intelectual e passear A Bola (ou O Jogo) debaixo do braço. Ah, e no final dos jogos, os autocarros já lá não estão à espera dos adeptos.
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(1) Em 1991, a Sic também usaria o futebol ao serviço da campanha para que os portugueses sintonizassem o terceiro canal nos seus televisores, ao comprar os direitos para a transmissão de jogos do campeonato envolvendo os três grandes (FC Porto, Benficae Sporting).
(2) Avançado que passou como um cometa pelo futebol, tornando-se famoso ao marcar tos os quatro golos de um histórica vitória do FC Porto sobre o Benfica, nas Antas.
(3) Antigo jogador do Benfica que se celebrizou, enquanto treinador da selecção, ao incentivar os jogadores com a palavra de ordem: «Vamos a eles como tarzões»!
O Pepino Erótico (na foto), o Testículo de Vidro e as casa de banho do Harrods foram algumas das etapas da minha recente estadia de sete dias nem Londres. Deixei o tempo funcionar como filtro e agora, nas vésperas de partir para nova viagem (Moscovo é o próxmo destino), recorri à memória para socializar convosco a lista das sete coisas mais espectaculares que fiz durante a minha estadia entre os londrinos.
1. Ver o Pepino Erótico de Norman Foster na City
Fica a pouco mais de uma centena de metros de outro edificio marcante (o do Lloyds). Os ingleses baptizaram de «erotic gherkin» este impressionante edifício que leva a assinatura de Sir Normam Foster, apesar de na verdade ter sido desenhado pelo seu adjunto Ken Shuttleworth, o arquitecto que também riscou o Aeroporto de Chek Lap Kok, em Hong Kong. Depois de ter passado a manhã a passear, apreciei estes dois belos edifícios (em Barcelona há um que obedece à mesma gramática que o pepino) e refastelei-me num sofá do Starbucks que fica ao lado do Lloyds, a ler o Daily Telegraph(oferecido de borla aos hóspedes do Tavistcok Hotel onde estive hospedado), o City AM (a inspiração do nosso Oje) e o The London Paper, um magnífico diário gratuito. Good!
2. Andar de autocarro
Sempre que podia escolhia o autocarro em detrimento do metro. É mais agradável andar à superfície (e de preferência nos lugares da frente do piso superior) do que debaixo de terra. E nos subterrâneos do metro andam-se quilómetros até chegar às plataformas e nas mudanças de linha, gastando-se uma energia de pernas que seria mais bem empregue passeando pelas ruas, museus ou armazéns. Os autocarros só perdem para o metro num aspecto. O metro é, à partida, mais fiável porque anda sempre em canal próprio, nunca se misturando com o tráfego automóvel. Mas o trânsito automóvel londrino melhorou imenso com a introdução da taxa de congestão (portagem à entrada da cidade) e o metro perdeu fiabilidade por causa das obras de melhoramento com vista às Olimpíadas de 2012. A qualidade do serviço dos autocarros espantou-me. Não só pela frequência (há tantos «double deckers» vermelhos no centro de Londres como táxis amarelos em Manhattan), como também pela eficiência da informação e qualidade do equipamento;
3. Uma tarde na Torre de Londres
Não é barato (o bilhete custa 16 libras), mas vale a pena. Nunca lá tinha entrado. Passei uma tarde na Tower of London mas fiquei com a impressão que podia ter dedicado a este sítio onde a Ana Bolena perdeu a cabeça (literalmente). Aproveitei uma das visitas guiadas por um beefeeter bem disposto, mas que em Portugal já estaria há pelo menos meio século na reforma.A visita às joias da coroa e as macabras histórias que aprendi sobre eventos ourora ocorridos na Torre fizeram com que eu voltasse ainda mais republicano e anti-monárquico do que era quando embarquei no aeroporto do Porto, que, a propósito, está lindissimo, só é pena ainda estar muito pouco povoado. No dia seguinte, almocei no Riverside do outro lado do Tamisa, num restaurante da cadeia Strada, ao lado do «testiculo de vidro» - é essa a alcunha do edifício de vidro, em formato de bola, onde estão concentrados os serviços municipais da Grande Londres. A pizza era boa. O Merlot da casa era uma merda. A vista do rio, da Torre de Londres e da Tower Bridge (que durante o nosso almoço abriu paar deixar passar um barco da Greenpeace), era de cortar a respiração;
4. Uma volta no Big Eye
À terceira foi de vez e conseguiu dar a volta do Big Eye, a grande roda que está plantada na margem sul do Tamisa, à esquerda de quem atravessa a Westminster Bridge. A primeira tentativa, há três anos, abortou porque estava em obras de manutenção. O ano passado, no Verão, desisti por causa do tamanho homérico da bicha. Agora consegui embarcar. Bom. Caro (14 libras cada) mas bom. Dei a volta, que dura aproximadamente 40 minutos, ao fim do dia e por isso fiz um três em um. Vi Londres do alto, de dia, no crepúsculo e à noite;
5. Caril, «ale» e mercado de Spitalfields no East End
O East End é o local «hot» de Londres. Ponto final. Fui lá duas vezes. Uma para jantar caril, em Brick Lane, logo no dia da chegada. A segunda,no domingo de manhã, para pastar no imperdível SpitalfieldsMarket . A manhã foi rematada por uma Guiness no acolhedor pub The Ten Bells, mesmo em frente ao mercado. Esta Guinees foi uma excepção. Fiz a maior parte das refeições em pubs, mas a semana decorreu sob o signo de «half pints» de ales Bombardier e Spitfire;
6. Uma manhã na Tate Modern
Deliro com o Gilbert & George, as esculturas vivas. Está uma exposição deles na Tate Modern, que disponibiliza gratuitamente um escorrega tipo montanha russa (no átrio) e um exemplar do Guardian do dia (no restauarnte/cafetaria). Um luxo, é o que é. Fiquei doido (no sentido de apaixonado não de lelé da cuca)com a ideia do Gilbert & George de, em 1969, realizarem a performance The Meal. Convidaram David Hocnkey para um jantar, servido por um mordomo, com para aí uns dez pratos, e venderam bilhetes para as pessoas que quisessem assistir. O máximo! Exemplares dos convites e do menu, ambos«hand made», constam da exposição. Já tinha visto um auto-retrato deles, em tamanho natural, na National Portrait Gallery - outro local de peregrinaçãoimperdível, que muitas vezes é negligenciado por estar na sombra da National Gallery, onde está uma exposição de paisagens do Renoir a que não fui porque se pagava a entrada e acho que as paisagens deles são boas para decorar caixas de bombons;
7. Sentado no trono na casa de banho do Harrods
Uma pessoa tem de equipar com pequenos truques para sobreviver quando está de visista a uma cidade estrangeira. Em Londres, por exemplo, se estamos carregados de embrulhos e o hotel fica longe uma boa saída é ir a um museu, por exemplo à National Gallery, deixar ficar tudo lá guardado e voltar antes do fecho para recolher as coisas. Mais fundamental é ainda o truque das casas de banho. Isso é que é de vida ou de morte Não sei se sabe, mas há uma tipa chamada Elaine Gennard, que aqui há uns anos andava na zona de Oxford Street aflita para fazer xixi e demorou 20 minutos a encontarar uma - que estava obviamente imunda. Este episódio deu-lhe a ideia de investiu uma data de nota a fazer uma casa de banho pública, em Oxford Street, que se chama WC1, tem música ambiente, flores frescas, etc, mas onde se tem de pagar cinco libras para entrar. Eu experimentei as casas de banho do Harrods e olhem que elas tmbém são muito fixes, igualmente lusxuosas, muito limpinhas e têm enorme atractivo de serem de borla.
Esta mulher, esplendidamente desenhada por Crepax, não parece sofrer do problema de secura vaginal e recorre ao comando da televisão para descobrir o seu ponto G
O povo tem razão. Há males que vêm por bem. Ontem fui jantar a casa dos meus amigos Lena e Rui, na Lavra. Um portentoso pargo assado no forno acompanhado por um arrozinho de feijão que estava uma maravilha.
Não escondo que fiquei desapontado quando cheguei a casa deles, por volta das 20h20, vi o televisor desligado, pedi-lhe para ele o ligar, para vermos o jogo, e o Rui perguntou: «Que jogo?». Abreviando, o Rui não é muito dado a futebóis e a Lena que é uma rapariga poupada aproveitou uma recente avaria na TV Cabo (que eles recebem por satélite) para se descartar da assinatura da SporTv que ele tinha feito á sua revelia.
Moral desta história. Não vi (nem quero ver) uma imagem que fosse da desgraça que aconteceu ontem à noite com o meu clube. Há males que vêem por bem.
O jantar teve como pretexto uma passagem de cometa (chegou na sexta à noite e partiu hoje de manhã) do meu primo Fernando, que está emigrado em Cracóvia. Não tenham pena. As condições de vida de que ele usufrui na Polónia são um pouco melhores que as dos emigrantes portugueses em Espanha que estiveram em cartaz esta semana. mas também trabalha um pouco mais do que eles...
A medida da animação do jantar é dada pelo facto de facto dos sete adultos que se sentaram à mesa terem derrubado quatro botelhas de champanhe ou ofícios corerlativas. As hostilidadaes foram abertas por um Murganheira Malvasia Fino. Seguiu-se um João Pires (sem dúvida o pior do naipe apresentado) e um Murganheira Super Reserva. Acabamos em beleza com um Moet & Chandon Brut Imperial, indiferentes à desgraça do Dragão.
O Rui é médico. E tem uma especialidade (Medicina Legal) que o qualifica para tratar da minha débil saúde. Não sei se sabem, mas, no ano passado, durante treze semanas a fio, preenchi uma coluna na revista Única dedicada às minhas doenças, uma série que foi interrompida (agora diz-se descontinuada, é mais chique) por razões que não são para aqui chamadas - mas não foram a falta de matéria prima. Eu tinha rastilho suficiente para a alimentar durante mais de um ano!
Ontem ao jantar as nossas gargantas nunca estiveram secas. Pode por isso, aparecer estarnho a todos vós, que não estiveram lá, que a candente questão da secura vaginal teha sido tarzido á colação.
Puxando pela cabeça, consigo recsontituir os factos. Alguém, talvez a Lena, lembrou que eu ainda era novo. O que em absoluto não é verdade. Tenho 50 anos, talvez menos dois ou três anos que o Rui e o Fernando, uma diferença que se via quando eramos adolescentes e nadavamos no Porto, mas que agora é completamente irrelevante.Disseram-me que eu era novo e eu confimei.Acrescentei que sou tão novo, tão novo que às vezes quando estou a fazer a barba e olho para o espelho ainda dou por mim a tirar bocadinhos de placenta que ficaram agarrados à pele.
O Rui, que presidia no topo da mesa, ouviu a palavra placenta e disparou: «Vocês sabem?! Há agora um tratamento bestial para a pós menopausa!». Pensei logo no bem estar das mães e avós das preclaras e preclaros que sofrem do problema da secura vaginal. Saquei da caneta e comecei logo a tomar notas.
O tratamento preconizado pelo Rui passa pela administração local, três vezes por semana, de um creme vaginal de estriol. Ele acrescenta que há casos de mulheres que usam também esse creme à volta da boca e no queixo com sucesso - a pele reganha elasticidade e diminuem as rugas.
«Os resultados do tratamento com o creme de estriol são fantásticos. A mulher não só recupera a tonicidade da vagina como ainda melhora as pregas desaparecidas na atrofia», conclui o bom do doutor.
Embalado com o sucesso da sua receita para acabar de vez com a secura vaginal, o Rui deu-nos umas dicas sobre um outro assunto de tão garnde relevância para a Humanidade como a Demanda do Santo Graal. Estou a falar, como é bom de ver, da procura do ponto G.
O caminho terrestre recomendado pelo Rui para atingir o ponto G é o seguinte::
1. Enfiar o dedo pai-de-todos (não é por acaso que é o usado para fazer piretos!) na vagina da mulher;
2. Enquanto o dedo pai-de-todos manobra, os dedos anelar e indicador estão cá fora, à entrada em contacto com os grandes lábios;
3. Com a polpa do dedo pai-de-todos virada no sentido do umbigo, tocar na pequena saliência, em forma de túnel (ou canelloni);
4. Acariciar suavemente essa prega ( a uretra).
Para evitar precalços (a mulher pode ficar com vontade de fazer xixi) o Rui recomenda uma ida à casa de banho, prévia ao desencadear da operação
PS. Ele ainda falou de uma bomba de sucção que se aplica no clitóris, mas acho que já chega de badalhoquices por hoje.
SOCIAL
Sportinguista Miguel junta Pinto da Costa, Belmiro e Serrão
Já que falamos de comida, terça feira fui jantar à Marisqueira de Matosinhos e confirmei o que já desconfiava. O restaurante do meu amigo Miguel (que hoje deve andar feliz da vida porque é sportinguista encartado e ontem foi ao Dragão) é um dos mais «hot» senão o do mais «hot» do Porto e arredores.
Numa mesa, quadrada, estava Belmiro de Azevedo (escolheu um Pera Manca branco) e a sua mulher Margarida, acompanhados por três casais amigos (o Leopoldo Furtado Martins e a mulher era um deles).
Numa outra mesa, rectangular, Pinto da Costa (a águas, como de costume) jantava ao lado de uma jovem cidadã brasileira e em frente à sua filha e ao um cavalheiro encorpado que nem que me torturem me obrigarão a dizer que tinha aspecto de guarda-costas.
Manuel Serrão (the one and only) , Manuel Queiroz (sudirector do Correio da Manhã), Mário Rui(Vasp), Eurico Castro Alves (Entidade Reguladora da Saúde), Rogério Gomes (Águas de Gaia). José Martins (médico anestesista) eFernando Rocha (vereador da Cultura de Matosinhos) compunham a mesa mais animada daquela prodigiosa terça à noite, no Miguel, a que só faltou a prseença de Miguel veiga, outro cliente habitual
GASTRONOMIA
Tudo o que se pode esperar de uma marisqueira de Matosinhos
A propósito da Marisqueira de Matosinhos, sinto-me na obrigação de fazer-lhe a justiça de que não é apenas um restaurante na moda. É muito mais do que isso. A Marisqueira de Matosinhos
tem tudo o que de bom pode esperar de uma marisqueira de Matosinhos.
O restaurante onde o sportinguista Miguel trabalha desde os 14 anos e se tornou sua propriedade na sequência dum MBO acordado com Henrique Torres, o antigo patrão (que frequentemente é lá visto a almoçar), é uma Meca para quem demanda mariscos frescos e saborosos – camarão de Espinho, gordas gambas, ostras, percebes, búzios, camarões tigres e por aí adiante.
Mesmo que seja doido por marisco, dê, por favor, uma oportunidade ao rosbife.
Rua Roberto Ivens, 547, Matosinhos 229378892, fecha ao domingo
TECNOLOGIA
Vingadora demonstra na GQ maravilhas do Photoshop
Um superprodução intitulada «Carolina A Princesa do Povo» publicada na edição de Março da GQ é a prova dos nove das maravilhas da tecnologia «photoshop». Vejam com os seus próprios olhos
E fixem os nomes dos talentosos autores da produção: Sofia Lucas e José Santana.Para eles nada é impossível. Já não ficarei espantado se em Abril ou Maiofor a vez de Agustina Bessa Luís (uma outra escritora bem sucedida, como Carolina) se despir para a GQ.
Depois de ter encantado (e tramado) Pinto da Costa, Carolina Salgado enfeitiçou o autor do texto (Miguel Szymanski) que nos brinda com este suculento naco de prosa:
«Olhos nos olhos, Carolina Salgado, é uma rapariga especial. Antes do mais, é a celebridade do momento. É mais interessante que as simples giras e tem muito mais piada que as simples engraçadas. Domina a arte de olhar nos olhos e causar uma agradável desconforto - um hipócrita dirá que tem um passado; não são precisos astrólogos para se perceber que tem futuro». (Bravo!)
COMUNICAÇÃO SOCIAL
Correio da Manhã ou Correio da Manha?
Até pode ser verdade. Mas até prova em contrário toda a gente é inocente.
Já é esquisito que Pinto da Costa tenha sido constituído arguido no caso da agressão a Bexiga tendo como base a acusação de uma antiga amante despeitada. E ainda é mais esquisito que na quarta feira o Correio da Manhã se tenha decidido antecipar à decisão dos tribunais e tenha condenado liminarmente Pinto da Costa ao declará-lo como o mandante das agressões a Bexiga. Inadmissível.
O Apito Dourado é para Sócrates a mesma boa cortina de fumo e manobra de diversão que a Casa Pia foi para Durão Barroso. Circo para entreter o povo que assim se distrai e não repara na incompetência dos seus governantes, incapazes de inverter o plano inclinado em que se encontra Portugal.
O Correio da Manhã é um óptimo serviçal destas manobras e anda satisfeito, com o rabinho a dar a dar, por ser o veículo escolhido para as fugas de informação organizadas pelo Ministério Público.
Foi o jornal oficioso da acusação na Casa Pia. Está a fazer o mesmo papel no Apito Dourado.
Não está a ser o Correio da Manhã - mas sim o Correio da Manha.
Madame e Pompadour, François Hubert Drouais,, 1763-4, óleo sobre tela, colecção National Gallery.
A vida é assim. O Luís XV achava a sua amante Mademoiselle Poisson tão sexy que até a fez marquesa. Eu acho que é ela um verdadeiro pente
Como adoro fazer listas, aí vai uma com as dez coisas que eu considero capazes de fazer murchar (o verbo parece-me o mais apropriado ao que quero significar) o meu interesse sexual por uma mulher:
1.Pêlos nas pernas, buço e obviamente qualquer tipo de pilosidade facial supra-numerária (ou seja, as sobrancelhas não estão abrangidas), incluindo barba e bigode. Os pêlos nos sovacos não me impressionam negativamente;
2. Unhas roídas, quer nas mãos, quer nos pés. Faço esta precisão porque num passado remoto tive uma namorada que tinha ginástica suficiente para roer as unhas dos pés e aproveitava essa capacidade para se entregar com alguma regularidade a essa lamentável prática. Unhas pintadas de branco ou cor de rosa choque também são susceptíveis de tirar a tusa a qualquer um:
3. Joanetes são, no meu entender, absolutamente letais. Equivalem ao despejar um balde de gelo (vocês sabem aonde, presumo);
4. Sabrinas e todo e qualquer tipo de calçado dourado ou prateado (principalmente sapatilhas). Infelizmente tudo isto está na moda…;
5. Pernas mais finas do que os meus braços. O exemplo mais acabado do que quero dizer são as pernas biafrenses de Victoria Beckham. Disgusting;
6. Cus que ocupam dois lugares (ou seja com uma dimensão capaz de rivalizar com a da Praça de Touros do Campo Pequeno), principalmente se acondicionados em jeans justos;
7. Cabelos pintados de cores berrantes, em especial cor de laranja e vermelho. Também detesto cabelos louros com raízes pretas, à Courtney Love. Estou disposto a abrir uma excepção para o verde alface. Mas tem de ser apreciado caso a caso;
8. A esmagadora maioria dos piercings, para não dizer todos os piercings, pois ainda não tenho opinião formada sobre o piercing do umbigo;
9. Maxi-saias. Qualquer tipo de maxi-saias. Horrível!
10. Mais anéis que dedos nas mãos (imagino logo o terror que será uma mão daquelas a mexer no meu equipamento) e excesso de base na cara pois não dá para lamber (a não ser que começam a comercializar bases com sabor, tal como os preservativos).
Tenho a perfeita consciência que ao publicar esta lista corro o sério risco de receber em troca alguns insultos, dos quais o mais benévolo e suave será apelidarem-me de machista. Mas a vida sem tomar riscos é como um jardim sem flores.
Se insistirem muito comigo, posso também elaborar uma lista sobre as dez coisas que acho mais sexy numa mulher.
Fiquei muito satisfeito ao saber que uma galeria londrina, de Notting Hill, vendeu por meio milhão de libras o graffiti What? (reproduzido na imagem que encima este «post») da autoria do fabuloso Banksy.
What? foi grafitado num quiosque de Tottenham Court Road e logrou sobreviver à diligência dos zelotas. Ainda bem!
Meio milhão de libras não é muito dinheiro. É quanto ganha por mês o Ballack. E o futebolista alemão já está há 3,5 milhões de libras (ou seja sete meses) no Chelsea e lamentavelmente a única coisa digna de registo que fez, ao longo dos meses largos que leva no clube de Mourinho, foi marcar, na semana passada, o golo que afastou o FC Porto da Champions.
Banksy é um artista de rua anónimo que espalha gratuitamente o perfume do seu talento por paredes que não lhe pertencem e que expôs algumas das suas obras noss melhores museus do Mundo (Met e MoMa, de Nova Iorque, Tate Modern e British Museum, de Londres, e o parisiense Louvre) sem que para isso tenha sido convidado.
Sou um fã dos «young british artists», como Damien Hirst (já dediquei um «post» à questão do seu tubarão embalsamado), Sarah Lucas, Jake e Dino Chapman, Ron Muek e Tracey Emin (já tive oportunidade para reproduzir neste blogue obras de todos eles). Mas tenho de reconhecer que Banksy atingiu um patamar superior.
Neste dealbar do século XX, o guerrilheiro Banksy representa para a arte o mesmo que Picasso no início do século XX. É o ícone da transgressão, a vanguarda do movimento de destruição criativa, o símbolo da arte urbana que lamentavelmente os novos donos das cidades teimam em rejeitar.
A compra de What? por meio milhão de libras é um sinal de que a parte mais lúcida do «establishment» começa a reconhecer o imenso valor da arte de Banksy, ainda em vida do autor - que está «alive and kicking» como podem constatar se forem ao YouTube meterem as palavras Banksy e Paris Hilton e apreciarem com os vossos olhos a fantástica e bem planeada operação de avacalhamento do CD da galinhola herdeira da cadeia Hilton (substitui a capa de 500 CD em 43 lojas inglesas).
Recomendo a todas as preclaras e preclaros que se documentam sobre Banksy (no final incluo referência do livro que compendia boa parte da sua obra), que retoma a tradição pré-histórica da arte rupestre.
Despeço-me com uma frase do grande Banksy:
«Some people become cops because they want to make the world a better place. Some people become vandals because they want to make the world a better looking place»
Wall and Piece, Banksy, edição Century 2006, 240 páginas, 12.99 libras
À medida que a idade avança, aumentam as dúvidas, reduzem-se as certezas. Mas há uma coisa sobre a qual não tenho dúvidas. As melhores batatas fritas são as do McDonalds, principalmente se mergulharmos levemente os palitos em mostarda de Dijon e os acompanharmos de goles generosos de cerveja de pressão bem gelada.
Esta declaração pública é minha reacção ao facto do cidadão britânico Charles of Windsor, aka príncipe Carlos e herdeiro da Coroa do Reino Unido, ter preconizado a proibição da cadeia McDonalds, o que é uma idiotice acabada.
Suspeito que o Windsor nunca na vida comeu um Big Mac ou as deliciosas batatas fritas (dizem que elas são feitas a partir de puré de batata, não sei se é verdade, mas prometo averiguar)da cadeia norte-americana, o que só o desqualifica e transforma num anormal. Mais. Ao emitir opiniões sobre uma coisa que não conhece, o herdeiro faz-nos lembrar aquelas crianças que teimam em resmungar que não gostam de peixe, apesar de nunca o terem provado.
Carlos aparenta ser um grande palerma. E no caso dele devemos desconfiar das aparências. Ele é mesmo palerma. Outra coisa não pode ser um tipo que fala com as plantas, tem um assessor que lhe espalha a pasta de dentes na escova e trocou a fresca Diana pela rançosa Camila. Para já não falar do mais do que duvidoso gosto da imagem («Gostava de ser o teu tampax!», disse ele) que ele arranjou para comunicar à amante que ela lhe dava muita tusa.
O herdeiro é um inútil e no capitulo alimentar devia abster-se de tomar posições principalmente depois de ter caído no domínio público que faz questão de ter na mesa do pequeno almoço ovos em sete diferentes graus de cozedura mas ele poder escolher o que mais lhe agrada.
Marco Pierre White, dono dos restaurantes L'Escargot e Mirablee e o primeiro «chef» britânico a receber três estrelas Michelin, respondeu-lhe à altura. Qualificou a declaração do Príncipe de Gales como «wrong and foolish» e garantiu que a McDonald's «oferece melhor comida do que a maioria dos restaurantes».
É por essa e por outras que venho de uma semana de férias sem Londres ainda mas republicano do que quando viajei para lá.
1789 recorda-nos que cabeça coroada rima com cabeça cortada.O filme de Stephen Frears (The Queen) demonstra à saciedade o imenso autismo da Monarquia britânica.
Aqui ao lado, o Juan Carlos tem três atenuantes:
1. É amigo do patrão Balsemão (estou mesmo numa de rima, os Da Weasel que não se ponham a toques...);
2. Portou-se de uma forma impecável na transição para do franquismo para a democracia e na rejeição do 23 F de Tejera Molina;
3. Fala um português aceitável.
Já o filho mais velho é alto, tem ar de bom rapazinho, arranjou para casar uma rapariga da profissão, e não se importou de fazer a retoma de uma moça em segunda mão, Todas estas coisas só o humanizam e conspiram a favor dele. Mas nunca é de fiar. Entre outras coisas porque se chama Filipe. E nós não temos grande recordação dos antepassados homónimos que foram reis de Espanha...
Vinheta final (intervencionada) do álbum «Paulette encontra um novo noivo», de Wolinski e Pichard
As hostes da Frente Unida dos Homosexuais, Mulheres Frígidas e Ejaculadores Precoces estão a engrossar de uma forma alarmante. Uma sondagem do Kinsey Institute dá-nos um dimensão da catástrofe sexual em curso. Em média, os homens ejaculam menos três minutos depois de entrarem na toca. Está mal!
Não sou partidário do sexo tântrico, modalidade de que o casal Summers (Trudi e Sting) é o máximo paladino. Hoje em dia nenhuma pessoa normal (como nós) se pode dar ao luxo de dedicar umas dez ou doze horas por dia ao «sexy time».
A Trudi e o Sting têm tempo para isso porque são bilionários,proprietários de casas em Londres, no «countryside» britânico, na Toscânia (junto a Florença) e em Nova Iorque - e dispõem de abundante pessoal doméstico que lhes trata daquelas minudêncas aborrecidas em que o quotidiano é fértil, como cozinhar o jantar, levantar a mesa, fazer a cama, arrumar os livros, etc, etc.
A propósito, não sei se sabem que a antiga governante do casal pôs a Trudi em Tribunal acusando-a de ser uma ditadora, de querer ser servida como uma rainha e de a ter despedido por ela ter engravidado.
Nunca gramei os Police. A mensagem na garrafa dizendo que eles vão voltar a reunir-se deixa-me ficar tão excitado como uma mulher frígida.
A própria Trudi já declarou que está mais entusiasmada com o regresso dos Take That do que com o facto do seu parceiro de sexo tântrico iniciar no próximo dia 28 de Maio, em Vancover, uma digressão mundial com o baterista Stewart Copeland e o guitarrista Andy Summers.
Apesar de não preconizar o sexo tântrico, não posso deixar de ficar chocado pelo pouco tempo de permanência no interior das parceiras que o meu género revela, de acordo com o estudo do Kinsey Institute.
As consequências da ejaculação precoce podem ainda mais devastadoras e terriveis para a humanidade do que o aquecimento global, denunciado pelo Al Gore.
Um inquérito feito junto de mil mulheres norte-americanos revela que mais de metade estaria disposta a não ter relações sexuais durante 15 meses em troca de um novo guarda roupa. Valha-nos Deus!
Da mesma maneira que o Expresso se envolve em campanhas a favorpor causas de interesse global para a Humanidade, a Roupa para Lavar não pode ficar indiferente à massificação do péssimo hábito da ejaculação precoce.
Por isso, lanço a todos os portugueses uma lancinante apelo para que se esforcem no sentido de melhorar a sua performance sexual, fixando como objectivo um mínimo de dez minutos de permanência antes da ejaculação!
ECONOMIA
A histórica nunca contada da moeda de dólar *
A Reserva Federal norte-americana aproveitou a minha recente permanência no país para lançar as novas moedas de um dólar, douradas e decoradas não só com a cara do meu incontornável homónimo Washington mas também de outras figuras como uma squaw tarnsportando um papoose às costas. Trata-se de uma medida assisada que merece o meu aplauso e prova que os italianos estavam errados quando propuseram que uma nota substituisse a moeda de euro, invicando o exemplo americano.
A esperança de vida das notas de dólar oscila entre os 18 e os 20 meses, enquanto se espera que a nova moeda tenha uma duração média de 30 anos. A introdução da nova moeda de dólar vai induzir uma poupança anual de 500 milhões de dólares ao Tesouro norte-americano.
Os italianos estavam destituídos de razão quando propuseram a nota de euro. Mas penso que devíamos dar alguma atenção à sugestão finlandesa de acabar com as moedas de um e dois cêntimos. Sexta feira, na Companhia das Sandes do Centro Comercial Península deram-me dez moedas de cêntimo como troco!
* Os direitos de autor da expressão «A história nunca contada de...» pertence ao nosso colega Sol, que iniciou a saga com «A história nunca contada de Pinto da Costa» e que esta semana continuou com «A história nunca contada de José Sócrates».
DEMOGRAFIA
O calor dilata os corpos
A evolução da população mundial não se vai ressentir do aborto da Elsa Raposo. Esta semana soube-se que o nosso preclaro amigo Sacha Baron Cohen, aka Borat, vai ser pai e foi visto a passear com a sua namorada Isla Fisher na praia de Malibu.
Concluo que o Sacha e a Isla têm tido um óptimo «sexy time». E estou pessoalmente convencido que o Borat se demora dentro da Isla (uma beldade australiana que se converteu ao judaísmo) bem mais do que os três minutinhos da ordem.
A propósito devo declarar que «La Isla Bonita» é uma das minhas canções preferidas da Madonna.
http://en.wikipedia.org/wiki/Isla_Fisher
DESPORTO
Non, je ne regrette rien!
Paguei 96 libras por dois bilhetes para o Chelsea-Porto. Foi caro. Não me queixo, mas foi caro. Não fico satisfeito por ter contribuido para as 125 mil libras por semana (fiz as contas por alto e dá mais de nove milhões de euros por ano!) que ganha o Ballack. Mas ninguém me obrigou a dar o dinheiro.
«Non, je ne regrette rien», citando a Edith Piaf. A propósito da Piaf não resisto a reproduzir o parágrafo de abertura de um texto (sobre o «biopic» dedicado a ela)redigido pelo meu bom e velho amigo Ferreira Fernandes (que é provavelmente o melhor jornalista português e que acaba de se transferir do Correio da Manhã para o DN): «Filha de um contorcionista e neta de uma domadora de pulgas, Edith Piaf morreu aos 48 anos parecendo ter 70. Renasce agora num filme sobre a sua vida atribulada».
Fechado o parentesis Piaf, volto ao futebol. Foi pena que o sonho da primeira parte tenha sido desfeito logo ao começo da segunda pela infelicidade do Helton. Mas o futebol é assim, a bola é redonda, são onze de cada lado (no caso de não haver expulsões...) e prognósticos só no final do jogo.
Quanto às 48 libras por bilhete, reafirmo que o preço é caro. Da mesma maneira que foram caros os bilhetes para o Braga-Tottenham - entre 40 e 75 euros - e foi essa a razão porque não se encheram as bancadas do seu magnífico estádio.
A mais negativa das consequências da empresarialização do futebol foi a de afastar os jovens e os mais pobres dos novos e belos estádios. Um estudo sobre a Premiership, divulgado esta semana por Richard Caborn, o ministro britânico do Desporto,revela dados alarmantes. Entre a época 89/90 e a actual, o preço dos bilhetes aumentou mais de 600%. E a idade média dos adeptos já está nos 43 anos.
Esta inflação está a excluir os jovens. Neste momento, só 9% dos fãs têm menos de 25 anos.
O negócio do futebol precisa de levar uma volta. O preço dos bilhetes tem de baixar. E muito provavelmente vai ser preciso importar algumas regras da NBA, como o «draft» e o tecto salarial.
JUSTIÇA
Durão e Madail: dois exemplos de invertebrados
Perguntado sobre a razão porque integrou Pinto de Sousa (empresário de pneus e ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol-FPF) na comitiva que levou a Moçambique numa visita oficial, quando era primeiro ministro de Portugal, Durão Barroso chutou para o lado. Não foi ele quem fez a lista, foram os assessores!
Perguntado sobre a razão porque incluiu Pinto de Sousa (o empresário que tem o mesmo apelido que José Sócrates) na sua lista para os Corpos Sociais da FPF, Gilberto Madail sacudiu a água do capote.
Não foi por vontade dele mas sim por pressão da Associação de Futebol do Porto.
Durão e Madail não têm vontade própria. São inimputáveis. Quem escolhia as comitivas do primeiro eram os asssessores - ele não passava de uma espécie de Rainha de Inglaterra. Quem escolhe as listas do segundo são as associações - ele não passa de uma espécie de pau mandado.
Durão e Madail são protozoários. Invertebrados. Em pequenos, escondiam-se atrás das saias das mães. Em grandes, continuam a esconder-se. A responsabilidade das coisas más nunca é deles. Encontram sempre um bode expiatório. Não gosto deles!
PORTO
A falha técnico-informática do imparável Rui Rio
Pormenor de Sem título, Acrílico sobre tela, Abreu Pessegueiro (2003), colecção particular do genial autor da Roupa para Lavar
«Por penosa falha técnico-informática esteve ontem visível no novo espaço Consulta deste site, durante meia hora, a desagradável pergunta: 'Concorda com a política de oposição do JN à Câmara do Porto, se realizada por opção do director, desde os primeiros dias do mandato e sujeita a desmentidos legalmente consagrados?'
«Tratava-se apenas de uma questão-teste que durante os necessários ensaios técnicos que antecedem a troca do tema no espaço em causa, por lapso, ficou indevidamente visível no ecrã em lugar da pergunta: 'Considera que o JN é isento e rigoroso no tratamento que dá á informação sobre a Câmara do Porto?'»
Este pedacinho de ouro foi extraído do site oficial da Câmara Municipal do Porto. Dispensa legendas.
Ao fim de semana não há nada melhor do que começar o dia com uma grande caminhada. Por isso, na manhã de sábado, atravessei o Central Park lateralmente, de Este (onde está o Days Inn) para oeste (onde fica a Museum Mile).
O branco da neve substituiu o verde. Muito bonito. Tão bonito que até deu para eu fazer uma fotografia artística (ora digam lá que não apreciam a natureza morta?! que captei em Central Park). O busílis reside no gelo fino que dissimula ardilosas poças de água.
Apesar de estar a escrever num suporte informático sinto-me na obrigação de sublinhar a enorme utilidade dos jornais em papel.
Por duas vezes, a atravessar a rua, meti a pata na poça. Ou, escrito talvez de uma forma mais elegante (se bem que um tudo nada barroca a mais para meu gosto!), mergulhei ambos os pés em poças de água, camufladas por traiçoeiras camadas de gelo. À primeira vista aparentam uma solidez de betão. Mas ocorre um naufrágio das extremidades na água gelada mal colocamos o pé em cima delas.
Tenho por hábito viajar sem calçado de «back up».Compreendem então porque fiquei aflito quando senti que a água tinha ultrapassado sem cerimónia a pele das sapatilhas Nike e o algodão das meias pretas Calvin Klein (compradas o ano passado no 21 Century, em frente ao «Ground Zero, a9.99 dólares a embalagem de três pares).
O que me valeu neste momento difícil da minah vida foi o USA Today. Sentei-me num banco. Descalcei-me. Guardei as meias encharcadas numa saca de plástico (são inimigos do ambiente mas utilíssimos numa viagem). Embrulhei os pés húmidos em folhas do segundo caderno Sports (todo dedicado ao arranque da época da Nascar). E voltei a calçar-me. Um conforto. O jornal evitou-me o mais que certo resfriado.
Não foi a primeira vez que fui salvo pelos jornais. Num belo dia de Abril, em 2004, saí do Porto, de manhãzinha, em mangas de camisa, em direcção à Corunha. O Porto estava primaveril. Na Corunha, 300 quilómetros a Norte, chovia e fazia frio. Encharcado e enregelado nas bancadas do Riazor (onde o FC Porto venceu o Depor e apurou-se para a final da Champions) usei um velho truque dos sem abrigo e forrei o corpo com os jornais que tinha levado para por a leitura em dia e matar o tempo até à hora do jogo. Foi remédio santo.
Sepulto hoje os diários americanos. Como tive de encaixotar três dias num só «post» optei por um redacção mais seca, ao estilo de relatório. Não tenho acerteza de que gostem, mas o que tem de ser tem muita força (e ficam a sabre o que fiz e quanto gastei nestes dias, o que pdoe ser interessanet se forem bisbilhoteiros).
Estou de partida para Londres. De férias. Volto no próximo fim-de-semana. E garanto que depois vou ficar pelo menos dois meses seguidos em território nacional.
Hasta la vista!
SÁBADO, 17 FEVEREIRO
O meu deslumbramento pelo Café Sabarsky, da Neue Galerie
Pequeno almoço no café Sabarsky, na Neue Galerie (rua 86 com a 5ªAve). Excepcional.Um «breakfast basket» (para aí umas dez fatias de diferentes tipos de pão e bolos), com frasquinho de compota, frasquinho de mel e bocado de manteiga, acompanhado por um chocolate quente e cremoso (há pelo menos 20 anos que não pedia um chocolate quente!), tudo por 13 dólares (deixei ficar dois dólares de gorjeta). O ambiente é fantástico. Recria o charme clássico e elegante de um café vienense (é o que eles dizem e eu acredito, apesar de nunca ter estado em Viena).O truque para arranjar mesa é chegar antes das onze da manhã, a hora de abertura do museu. O café abre às nove. Absolutamente imperdiveis. Quer o café quer o museu. Estou apaixonado pelos pequenos museus, muito melhores para saborear que os mega, tipo Met ou Louvre. O cartão Press permitiu-me visitar sem pagar uma exposição de belos trabalhos decorativos do arquitecto austríaco Josef Hoffman. Da colecção da Neue Galeria fazem parte alguns Klimts estupendos, entre os quais o célebre Retrato de Adele Bloch-Bauer.
Fim da manhã no Guggenheim que está em obras. Já extraíram todas as camadas de tinta da fachada deixando o granito à mostra. A pedra, que apresenta fissuras, vai ser tratada.Entrada gratuita (bendito cartão Press) na exposição de pintura espanhola de El Greco a Picasso.É desconcertantemente bom ver quadros um retrato de Goya ao lado de um do Picasso. Também muito Zurbaran, Velásquez, Murillo, Gris e Dali. Na loja do museu, comprei para o meu filho João um pião que desenha com o bico (e que vem com bicos de várias cores). Custou dez dólares. Não foi barato.
Passeio à tarde na Union Square onde comprei,no mercado de rua, três sumarentas maçãs starking por 1.40 dólares. Com uma mega loja da Virgin, outra da Staples e a um passo da Strand (a mais espectacular e barata livraria do Mundo),a Union Square é, muito provavelmente, a minha praça favorita em Nova Iorque.
Na Strand demorei-me à vontade uma hora, mas não me tentei por nenhum livro. Comprei uma esferográfica e duas T Shirts (uma verde farmácia e outra bordeaux), tudo com o logo da livraria, por 9.20 dólares.
Conrinuei para Sul. A próxima paragem foi Canal Street, a pátria das contrafacções. Dez dólares (não regateei) por um relógio Frank Muller com pulseira cor de rosa e os números das horas coloridos. Vinte e três dólares (a licitação começou nos 35) por uma mala Dolce & Gabana preta com furinhos coloridos (muito fashion).
No caminho para a habitual romagem ao Dean & Deluca da Broadway com a Prince Street comprei para mim um pacote de três boxers Fruit & Loom, lisas e coloridas por 9.99 USD.
Café no piso de baixo da Grand Central Station (é impossível deixar de a visitar se se está em Nova Iorque) por dois dólares.
Jantar no Subway vizinho do meu hotel por 8.20 dólares. Como já não havia sandes de pastrami, variei de menu e encomendei a «turkey breast (b.r.e.a.s.t. ) with swiss cheese», na versão «toasty» (ou seja levou uma entaladela no grelhador. Mais uma diet Coke de meio litro.
Antes do xixi-cama dei um passeio nocturno pelas redondezas do hotel, até à rua 104. Dez blocos, portanto. A vizinhança é bem mais atractiva do que eu pensava. Para além dos McDonald's e Starbucks, há muito restaurantes étnicos cheios de bom aspecto - franceses, turcos, mexicanos, japoneses e até um raçado de japonês e peruano (escola Fujimori). Fiquei um «diner» de esquina debaixo de olho. Talvez amanhã.
DOMINGO 18 FEVEREIRO
A boa sopa de tomate, arroz e basílico do Au Bon Pain da rua 56
Breakfast no Starbucks da rua 98. Paguei 3.97 dólares por um «raspberry muffin», café do dia («venti size») e pelo uso da mesa durante mais de uma hora, a ler o Usa Today (oferecido pelo hotel, nem tudo é mau no Days Inn do Upper West Side) e a preparar o dia.
Passeio pelo centro comercial de Columbus Circle. Tem duas estátuas, grandes e bonitas (um monstro homem e uma monstro mulher), e uma boa livraria Borders. Comprei três maçãs Gala Royal (três dólares) no supermercado da cave.
Como já vou embora a manhã aproveitei a visita ao Rockfeller Center para compras duas pequenas prendas: uma coluna de mangneto (bem gira; separa-se em duas partes e tanto pode ser usada no frigorífico como para segurar uma fotografia) para os meus tios, por 8.26 dólares (estava em saldo), na loja do Met, e um gorro bordeaux (cinco dólares), em lã, para a minha mãe, no NBC Store.
Sopa de tomate, arroz, cebola e basílico por 4.87 dólares no Au Bon Painda rua 56. Estva muito quente e era muito boa. Aqueceu-me por dentro e por fora. Com este frio não se pode andar muito tempo na rua. De vez em quando é indispensável fazer escala em ambientes aquecidos.
O FAO Schwarz em frente ao Plaza (que está a ser adaptado de hotel em apartamentos), junto ao Central Park, não tem «Sponge Bob stuff». Só na Toys 'r' Us.
A mega store desta cadeia em Time Square estava cheia de gente. Vi adultos a andarem na montanha russa. Fiquei tentado. mas acho que não levariam a bem que me apresentasse na fila para entrar sem levar uma criança a tiracolo.
O «merchansiding» do Sponge Bob era pindérico. Porta-chaves, esferográficas e blocos de notas personalizados. Mas nada com o nome John. Que é feito dos Johns norte-americanos? Mesmo assim comprei um «key ring» (2.99 USD) e um «notepad» (1.99) do Sponge Bob para o João.
Como contrapeso adquiri também uma bola do Cars (com a imagem do Faísca McQueen) com um «candy» lá dentro. 0.99 cêntimos, pois trata-se de uma promoção com os restos do Natal.
Jantar num McDonald’s perto do hotel. Um «wrap snack» de frango, «crispy», com «honey mustard», batatas fritas e «diet coke». Tudo por 4.50 USD..
Recolher cedo para ver na televisão o All Stars da NBA e rever a Strip em boas imagens do entardecer em Las Vegas, filmadas pelo TNT. O West arrasou o East (eu estava a torcer pelo Este, tanto mais que, por estar lesionado, não pode alinhar pelo Oeste o canadiano Steve Nash, que é meu jogador preferido). Um espectáculo grandioso. No intervalo, actuaram a Toni Braxton, Cristina Aguilera (ouvi dizer que estava grávida..) e o Le Cirque du Soleil - o melhor dos três.
SEGUNDA 19 FEVEREIRO
O cheiro nauseabundo de um «homeless» a apodrecer numa carruagem do metro
Antes de acabar de fazer a mala, fiquei na cama a dar cabo de mais cem das 400 páginas do The Broker, de Grisham. Já só ficam umas cem para ler no avião.
Na viagem de metro para a estação do World Trade Center (onde ia comprar o bilhete de comboio, que custa nove dólares, para o aeroporto de Newark) fui vitimado por um cheiro nauseabundo. Completamente podre. A carruagem onde entrei estava praticamente vazia. Pudera! Estava lá a um sem abrigo a desfazer-se em sangue e necessidades fisiológicos. Saí logo, mas fiquei com o cheiro no nariz durante algum tempo e com pena das três ou quatro pessoas que não tiveram o meu bom senso e rapidez e foram obrigadas a viajar até à paragem seguinte na carruagem empestada.Fiquei com a palavra de ordem «Homeless go home!» gravada na minha cabeça.
A estação do WTC foi desenhada por Calatrava e sente-se logo isso. Lá dentro rapa-se um frio de morrer. Entra frio e vento por todos os lados. As estações «cabriolet» podem estar bem no Verão meridional de Valência mas são incompatíveis com os gélidos invernos de Nova Iorque. E mesmo em Lisboa, na Gare do Oriente...
Pequeno almoço tardio no Starbucks em frente ao 21 Century. Como está semi-tapado por um tapume, há mesas disponiveis. Regular Coffe mais um raspberry scone. 5.07 dólares.
Dei uma volta pelo 21 Century (o melhor «outlet» do Mundo, na minha opinião) mas consegui sair sem comprar nada.
Passei a manhã no National Museum of the American Indian, que vale uma visita. Não só pela colecção mas também pelo edifício em que está instalado, a Costum House. Recomendo vivamente investir uma meia hora na belíssima rotunda do 2º piso decorada com impressionantes frescos.
Depois fui comprar chocolates e hot curry ao Dean & Deluca, um magneto para o frigorífico à loja da NY Transit Authority na Grand Central, dois CDs (Tapestry, de Carole King, e a banda sonora do Happy Ending, a dez USD cada) na Virgin de Times Square, e cinco «paperbacks» (de Daniel Silva. Harlan Coben e Ludlum, a 7.99 USD cada) na Borders de Columbus Circle.
Peguei na mala no hotel (mais um dólar de gorjeta) e fui para Newark (ler nuâque) apanhar o avião de regresso a casa.