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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Seg | 07.01.08

De como eu me reconverti às delícias da maçã Starking, de Alcobaça

Jorge Fiel

 

 

Sábado fui ao El Corte Inglés de Gaia comprar fruta.

 

Fruta no sentido literal, não no figurado. Eu adoro fruta em ambos os sentidos, embora as goste de consumir a temperaturas abissalmente diferentes.

 

No sentido literal, acho que a fruta, tal como a vingança, deve ser servida fria. Mesmo no Inverno guardo-a no frigorífico. Tenho para mim que o frio lhe acentua o sabor.

 

Já quanto à fruta no sentido figurado, imortalizada por Maria José Morgado nas escutas do processo Apito Dourado, prefira-a numa temperatura tropical. Ou seja, quanto mais quente e húmida melhor.

 

Acho que nunca conseguirei perceber porque é que uma miúda tão esperta como a Marilyn Monroe, que dormia vestida apenas com umas gotas de Chanel nº 5, fazia gala de guardar a «lingerie» no congelador.

 

Voltando à fruta que interessa para este caso. Não tenho dúvidas que o supermercado do El Corte Inglês é o local onde está disponível fruta de maior qualidade.

 

Sinto-me mesmo na obrigação de acrescentar que na minha opinião (que, como todos os membros da lavandaria já sabem, não é modesta) o melhor supermercado do país é do El Corte Inglês. Ponto final parágrafo.

 

Como lamentavelmente estou desempregado e, ainda mais lamentavelmente, não integro a lista de 11 mil portugueses que têm mais de um milhão de euros depositados no banco, não faço todas as minhas compras neste supermercado.

 

Uso o Pingo Doce como supermercado de proximidade, onde reponho uma falta episódica, e o Lidl ou o Continente para o abastecimento no capítulo das «commodities» (leite, detergentes, batatas, esparguete e assim por diante).

 

Reservo para o El Corte Inglês a compra de coisas mais especiais ou exigentes, como fruta, tomates secos ao sol, azeitonas recheadas de anchovas, um manchego muito curado, vinagre de alho ou um vinho Pinot Grigio italiano.

 

Anteontem comprei banana da Madeira, uma meloa portuguesa, pêra rocha, laranjas de Setúbal, clementinas e maçãs gala Royal e Starking.

 

Os meus gostos no particular das maçãs têm evoluído.  Quando era jovem adulto, era um fã da Golden, que vim a trair pela Starking. Durante uns bons 20 anos fui fiel à Starking, até que há um par de anos de deixei apaixonar pela Gala Royal.

 

Sábado, as Gala Royal e as Starking conviviam numa saudável vizinhança na banca de frutas, pelo que tive um repente e decidi encomendar um quilo de cada.

 

Ontem ao pequeno almoço, comecei por uma Starking (de Alcobaça) que se revelou rija e saborosa – a meu gosto. Soube-me pela vida. A seguir, a Gala Royal foi um desconsolo. Nesse preciso momento, tomei um decisão importante para o meu futuro próximo.

 

Vou reconverter-me à maçã Starking de Alcobaça!

 

 

 

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