Lavandaria está agora a centrifugar no JN
Há coisa de três semanas, a Lavandaria começou a centrifugar, numa base diária (sábados, domingos e feriados incluídos), numa outra morada – o site do Jornal de Notícias (www.jn.pt).
Peço desde já 999.999 desculpas (resolvi adotar o truque dos comerciantes de arredondar por baixo, para ver se consigo iludir a freguesia) a todas as preclaras e preclaros pelo imperdoável atraso no aviso da mudança.
Aconteceu, prontos, tenho sempre a desculpa de que se tratou de um soft opening e que só hoje, em que pela primeira vez abordei o palpitante tema do sexo, é que se trata da inauguração oficial, para a qual todos estão convidados.
http://www.jn.pt/blogs/lavandaria/default.aspx
Esta é a terceira morada deste blogue, que nasceu em 2006, no site do Expresso, como nome de Roupa para Lavar, a instâncias do seu então diretor, o meu preclaro amigo Henrique Monteiro.
Após três anos e meio desterrado em Lisboa, a editar o suplemento económico, voltei ao Porto o que significou o início do divórcio com o Expresso depois de um casamento que durou 18 anos e, como sucede em todos os casamentos, teve de tudo, desde momentos espetaculares a outros (poucos, devo reconhecer) que nem por isso.
Basicamente o Henrique achava que eu devia ficar em Lisboa e ofereceu-me o lugar de editor da Única, convite que não aceitei porque achei que, com 50 anos acabados de fazer, não fazia sentido estar a voltar a um lugar onde já tinha sido feliz – no início do século tive o enorme prazer, durante dois anos, de editar a Revista (que agora ressuscitou), fazendo equipa com a minha preclara amiga Paula Barreiros e tendo o Henrique (com quem sempre me entendi muito bem, por sinais de fumo, como diria o Octávio Machado) como interlocutor na direção.
Eu poderia ter prolongado a minha estadia em Lisboa, se me tivesse apresentado um desafio profissional entusiasmante. Mas isso não aconteceu.
Adivinhava que o regresso ao Porto era o início de um divórcio, que durou um ano, e foi tão amigável como inevitável. Eu pedia para me arranjarem coisas para fazer, e o “Faz um blogue” foi uma das respostas que recebi, esse ano, da boca do Henrique.
Entusiasmei-me com o blogue e quando saí do Expresso mantive-o, na plataforma do Sapo (uma das muitas gentilezas que me dispensou o meu amigo Abílio Martins), onde o foi atualizando com os altos e baixos derivados da minha condição de biscateiro que paga as contas com o produto da venda de prosa avulso para diversos clientes.
Mudei o nome, a conselho do Henrique - “Se o Saraiva não chama Politica à Portuguesa à sua coluna no Sol, porque é que tu hás-de continuar a chamar Roupa para Lavar ao teu blogue?”, foi a pergunta retórica dele e tive de lhe dar razão) –, rebatizando com o nome a que informalmente lhe chamava preclara Abobrinha, uma mais engraçadas frequentadoras do propriamente dito.
Há quase um ano, deixei a minha vida de biscateiro na sequência de um convite irrecusável do meu preclaro amigo Manuel Tavares (sim, é verdade, não me posso queixar da falta de amigos) para integrar a equipa que ele estava a formar para dirigir o JN.
E quando digo irrecusável não estou a falar de dinheiro, mas de outras coisas, ainda mais importantes . É impossível dizer não a um amigo, principalmente se ele te está a convidar para ir trabalhar no jornal onde tu aprendeste a ler (o JN era o diário que o meu pai levava todos os dias para casa) e onde tiveste o teu primeiro emprego (a meio do curso, trabalhei durante cerca de dois anos na Revisão do JN).
Serve este post para explicar as razões da mudança e para vos convidar a lavarem a vossa roupa suja na nova Lavandaria da rua Gonçalo Cristóvão.