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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Qui | 09.09.10

Cadeira com vista para a ponte de Brooklyn

Jorge Fiel

Há cidades, como Los Angeles, em que uma pessoa se cansa de andar de carro, ao ponto de ter arranjado uma dor passageira no músculo sartorial da perna esquerda, devido às horas em que guiei com ela preguiçosamente recolhida (a perna esquerda dos europeus está habituada a trabalhar na embraiagem).

Há cidades, como Nova Iorque, em que uma pessoa se cansa de tanto andar a pé – na rua e nos corredores da estação de metro. Nestes casos, é fundamental estar equipado com uma lista de locais refúgio para descansar. Acho que os Starbucks foram inventados exactamente para dar resposta a esta necessidade nos dias frios.

Central Park excluído, o meu sítio preferido para esticar as pernas em Manhattan são as cadeiras tipo deck chair do último andar do Pier 17, em South Street Seaport, de onde se desfruta de uma vista privilegiada da ponte de Brooklyn – que pode não ser a mais bonita do mundo (a da Arrábida e Maria Pia têm lugar no top ten) mas é, com quase toda a certeza, a mais famosa.

Sinto-me muito mais importante do que o que realmente sou quando estou refastelado numa dessas cadeiras, descalço, com uma pint de Samuel Adams ao lado no chão, a ler um interessante artigo sobre os ácaros no caderno Science do New York, e dando de ve em quando umas espreitadelas á ponte.

O único inconveniente das cadeiras da varanda do Pier 17 é estarem atarrachadas ao chão, o que além de dificultar o acto de as roubar também impede o acto de as mudar para a sombra, quando estão expostas a um sol inclemente (ou vice-versa, quando está a começar a ficar frio).

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