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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Ter | 09.02.10

Evocação da minha ex-namorada Lola a propósito dos Kinks e de uma incursão nocturna ao Soho

Jorge Fiel

 

Por muitos anos que viva (o que não será necessariamente boa notícia, nem para mim nem para o resto da Humanidade), nunca deixarei de associar o Soho, em particular, e Londres, em geral, aos Kinks, e em particular a um canção (Lola).

Alguns anos depois de Londres ter travado conhecimento comigo, no já distante ano de 1972, namorei episodicamente uma Lola, que morava em Gondomar e era irmã da namorada de um amigo meu, o Mário M. que descobriu que tinha um vigésimo premiado na tabacaria do Garça Real, na Praça D. João I, antes de almoçar comigo – como é bom de ver pagou-me um lauto almoço no Tripeiro e não na tasca da Travessa dos Congregados para onde decidíramos ir antes de sabermos que ele estava milionário.  

A minha Lola efectivamente não se chamava assim no BI e nem tenho sequer a certeza se alguma vez soube o verdadeiro nome dela. Mas era uma boa e boa rapariga, com o cabelo aos caracóis e uns olhinhos de carneiro mal morto que me encantaram. E ao contrário da Lola da canção homónima dos Kinks não era traveca. As maminhas (pequenas, mas muito ajeitadinhas) e o pipi dela eram equipamentos de origem.

Vem esta recordação da Lola, de que nunca mais soube (a última notícia que tive dela era de que tinha casado com um brasileiro rico, muito mais velho do que ela, pelo que não é impossível que neste momento seja uma viúva rica, com casas em Melres e Santos), a propósito da expedição ao Soho que fizemos, após termos levantado ferro do The Green Man, onde eu deitei abaixo uma pint de Carling Extra Cold enquanto via o Man City derrotar o Chelsea, o que me deixou satisfeito, já que, por uma daquelas irracionalidades que me caracterizam, desde que o Mourinho saiu de lá eu quero é que o Chelsea perca.

Soho, início da noite de 5 de Dezembro 2009