Quem vai ao mar avia-se em terra
Aspecto das sandes antes de marcharem para a lancheira
Apesar de não estar incluído no preço, experimentamos o pequeno almoço no hotel e ficamos fregueses.
Por 6,75 libras por cabeça garantíamos não só um abundante e variado breakfast inglês, mas também víveres para aguentar durante o resto do dia, pois os tempos não estão para brincadeiras e temos de viver de acordo com as estritas e draconianas regras que regulam uma economia de guerra. Quem vai ao mar, avia-se em terra.
O formato tipo que adoptei foi consumir ao pequeno almoço, no local, enquanto folheava o Independent (disponível gratuitamente nas suas duas versões tablóide e broadsheet), croissants (um ou dois), bastantes copos de sumo de laranja e iogurtes (um ou dois), sepultados com várias canecas de café tipo americano (duas ou três) e um café expresso, a título de cereja em cima do bolo.
Mas antes de me entregar ao prazer de deglutir sem pressas este pequeno almoço copioso, entregava-me ao trabalho de confeccionar sandes (normalmente quatro, duas de fiambre do tipo dinamarquês e duas de rosbife), envolvidas em guardanapos e guardadas no saco, para ir consumindo ao longo do dia, juntamente com as maçãs - daquelas muito verdes e um pouco ácidas, que agora não me lembro do nome (são aquelas que os Beatles usaram para logo da sua etiqueta Apple) - rapinadas do cesto de fruta do bufete (dias houve em que também marcharam bananas, devo confessar) .
Estou mesmo convencido de que a ideia subjacente aos pequenos almoços bufete nos hotéis para pelintras (ou seja de três estrelas para baixo) é mesmo essa – a de abastecer a freguesia para o resto do dia.
East End, pequeno almoço de sábado, 5 Dezembro 2009