O salvador do Sá Carneiro
Eu já tinha uma excelente impressão do Michael Leary (na foto) desde que ele deu, em 2004, uma conferência de imprensa vestido com uma camisola do FC Porto que tinha acabado de se sagrar campeão europeu e de exportar para o Chelsea o Mourinho e alguns jogadores, num valor global superior a 50 milhões de euros.
Agora a impressão virou admiração. É a este irlandês que o Porto deve o facto de todos os dias, por volta das cinco e meia da manhã, ser hora de ponta nas lojas, cafés e quiosques do aeroporto Sá Carneiro – e haver filas para os aparelhos de Raio X e para o controlo dos BI (no caso do voo para Londres, já que a Inglaterra não é Schengen).
A TAP, com a cumplicidade da ANA, tentou estrangular o Sá Carneiro, ao concentrar em Lisboa rotas directas do Porto para o estrangeiro. O primeiro balão de oxigénio que permitiu o nosso aeroporto respirar, foi administrado pela Lufhansa que logo identificou na deserção da TAP uma oportunidade e aumentou a frequência das ligações diárias Porto-Frankfurt.
Assim como assim, qualquer nortenho que se preze, prefere usar Frankfurt como hub, em vez de Lisboa, e voar na Lufthansa, em vez da TAP.
Mas foram as low cost (a Easyjet também, mas essencialmente a Ryanair) que permitiram que o nosso aeroporto pusesse a cabeça fora de água e as suas belas e modernas instalações não parecessem um edifício fantasma, tão despovoado de gentes como o deserto do Sara.
Ao instalar uma base no Porto, onde dormem diariamente três aviões, a Ryanair oferece a todos os galegos do Norte (os galegos propriamente ditos) ou do Sul (os nortenhos, como eu) ligações aéreas a baixo preço, por voltas das 6h30 da manhã, para Madrid, Paris e Londres. E permite suplementarmente aproveitar a maior parte do dia de regresso nessas capitais, voando de noite para o Porto.
Porto, Sá Carneiro- Londres,Stansted (4 Dezembro 2009)