Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Sex | 06.11.09

Três razões para gostar do Campo Alegre

Jorge Fiel

Os afazeres derivados desta minha vida de jornalista biscateiro ocupam-me mais tempo do que deviam, pelo que se escoou mais uma semana sem que eu conseguisse arranjar tempo (estive de 3ª de manhã até 5ª à noite em Lisboa) para ir à oficina da Pneus Ramalhão (que está fechada ao sábado e domingo) trocar de lado os pneus da frente para ver se é desta que o meu carro deixa de inclinar para a direita.

Como o Caso do Pneu Estraçalhado parece contaminado pela morosidade da Operação Furacão, aproveito a pausa para vos falar do Campo Alegre e das razões (enunciadas no sentido Lordelo-Praça da Galiza) que me levam a gostar muito desta rua:

1.     A Garrafeira do Campo Alegre é muito porreira e foi preciso vir um gajo de Lisboa para lhe dar publicamente o devido valor. Estou a referir-me ao MEC, que assinou em tempos idos, no DNA (um magnífico suplemento que a direcção do DN decidiu descontinuar, em hora menos feliz), um justo elogio desta garrafeira, que está encaixilhado, em papel já amarelecido, junto ao balcão. Por razões de força maior, o Miguel está agora circunscrito a uma dose diária de ginjinha, que usa à noite, antes de se sentar ao computador a escrever (ele é biscateiro como eu), mas nos seus tempos mais gloriosos era um avisado conhecedor e forte consumidor e de vários tipos de álcoois;

 

2.     O Jardim Botânico , com os seus liquidambares, faias, sobreiros, tílias, carvalhos e ofícios correlativos, é um local de que guardo, desde o tempo da faculdade (a FLUP ficava mesmo ali ao lado) gratas recordações, principalmente das margens do laguinho dos nenúfares. Acresce que o jardim está instalado na casa que foi habitada por dois nomes grandes da nossa literatura: Sophia e Ruben A – um tipo que intitula a sua autobiografia “O Mundo à minha procura” e que fez um strip tease integral num museu grego, porque não se sentia bem vestido no meio daquelas belíssimas estátuas nuas, só pode merecer as nossas mais elevadas estima, consideração e admiração;

 

3.     A Confeitaria Botânica é uma das minhas esplanadas preferidas por razões de índole geo-estratégica. Comecei a frequentá-la quando andava em Letras (a faculdade ficava mesmo em frente) e mantenho-me freguês entre outras coisas porque o facto de estar a coberto de uma arcada a torna utilizável mesmo em dias de chuva;

 

(continua)

9 comentários

Comentar post