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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Qui | 05.11.09

Disfarcei-me de dr House e falhei redondamente

Jorge Fiel

Aspecto actual da minha Fiat Marea, que comprei quando a administração do Expresso não aprovou a recomendação da direcção editorial de me oferecer a Renault Espace azul que me tinha sido atribuída por eu o responsável pelo escritório no Porto daquele semanário

Apesar de ter as suas patas dianteiras calçadas com dois novos pneus usados, adquiridos na Pneus Ramalhão por 44 euros (soma que considerei muito em conta), a minha carrinha Fiat Marea cinzenta, com matrícula do ano em que o Porto foi Capital Europeia da Cultura (e que foi a verdadeira e anunciada odisseia no espaço), descaía para a direita, o que me incomodava seriamente a mim que tenho o coração à esquerda, como aliás estou em crer sucede com a generalidade das pessoas.

Apesar da minha completa e absoluta ignorância em matéria de pneus, aventurei-me a fazer de dr House e diagnostiquei duas eventualidades:

a)    O novo pneu usado da frente do lado direito estava com pressão inferior ao seu homólogo do lado esquerdo;

 

b)    A minha direcção tinha ficado desalinhada durante a emboscada ocorrida no Passeio Alegre, quando, ao cair da noite, um buraco (que a preclara Miou Miou diligentemente baptizou de Buraco do Fiel) matou o meu pneu da frente do lado direito e feriu gravemente a respectiva jante.

Precipitei-me em direcção à Pneus Ramalhão, onde relatei objectivamente a tendência direitista evidenciada pelo meu carro e confiei as duas causas possíveis para esse lamentável comportamento.

A hipótese de pressão desigual foi logo despistada. Seguiu-se a operação computadorizada e algo demorada de verificação do alinhamento da direcção.

No final, o cavalheiro da oficina trazia na cara o ar intrigado de quem está a pensar hmmmmmmmmm. A direcção estava desalinhada apenas  três milímetros. Não tinha a certeza sobre se era a causa do descaimento para a direita do carro. Que eu experimentasse. No caso dele teimar nas tendências direitistas, que o trouxesse de novo à oficina e ele procederia à troca dos pneus da frente. Como eram usados, podia ser que o da esquerda estivesse habituado a andar na direita e vice-versa - e estivesse aqui a raiz  de todos os males.  

Fui ter com a Maria João, perguntando-lhe se lhe devia alguma coisa, alimentando secretamente a esperança de que o alinhamento fosse de borla. Vã esperança. Doce engano. Levou-me 15 euros e, ao ver a minha surpresa, acrescentou que era barato, e que se se eu tivesse de trocar os pneus não me levaria nada.

De volta ao Campo Alegre, a carrinha mantinha o maldito hábito de inclinar para a direita.  A conta do caso do pneu assassinado no Passeio Alegre já se elevava a 59 euros e o dossiê ainda não tinha sido encerrado. Safa, Safa, como diria o Cavaco.

(continua)

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