Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Dom | 28.01.07

Aprender Cultura do Futebol Para Fazer Benefício Do Glorioso Expresso

Jorge Fiel

O mais importante acontecimento da semana deu-se à hora de almoço de quarta-feira, quando eu decidi ir ver o «Scoop» ao Shopping Cidade do Porto.

 

Se «Match Point» me reconciliou com Woody Allen (zanguei-me com ele há muitos anos, quando vi o «Stardust Memories»), «Scoop» obrigou-me a ir a correr voltar a inscrever-me no clube de fãs dele.

 

Se «Match Point» era fabuloso, «Scoop» é ainda mais magnífico e espectacular. Ambos têm Londres e Scarllett Johansson, com Woody Allen atrás da câmara, o que é uma mistura explosiva. E «Scoop» ainda tem o  bónus de ter Woody Allen, em duas versões, a masculina (interpretada por ele próprio, no papel de Sidney Waterman, um velho mágico norte-americano) e a feminina, Scarlett no papel de Sondra Pronsky,  uma estudante de jornalismo que faz de Woody Allen de saias.

 

Em beneficio das preclaras e preclaros que ainda não foram ver «Scoop» chamo a atenção para as três frases que mais me divertiam:

 

«I love you really with all due respect, you're a beautiful person, you're a credit por your race» - elogio de abertura com Sidney brinda praticamente toda a gente que conhece

 

«16 ponies, 21 airplanes, 12 spinning midgets» - mnemónica usada por Sidney para decorar a chave (162112) que abre o cofre de Peter Lyman, o assassino do tarot (já cá faltava os anões, não acham?!)

 

«I was born of the Hebrew persusion but I converted to narcisim», fala de Sidney   

 

Mas, para além deste evento relevante, há que reconhecer que em diversas áreas, como o desporto, a televisão, a sociedade, a economia, o cinema, a literatura e o trabalho, se passaram coisas importantes que um semanário de referência como é o Sunday Post (com a devida vénia ao Expresso, o seu irmão mais velho) não podia deixar de abordar.

 

Na busca incessante do perfeccionismo e da satisfação plena dos leitores, este número um do Sunday Post inclui um passatempo (um momento de descontracção), e uma nova secção (que dá o título a este post: Aprender Cultura do Futebol Para Farer Benefício Do Glorioso Expresso), onde domingo a domingo se extrairão do desporto rei  lições que poderão ajudar o Expresso a tornar-se ainda melhor do que já é. 

 

DESPORTO

Contrafacção, visibilidade e crescimento para os lados

 

«O verdadeiro Miccoli nunca se viu»

Fernando Santos

 

À primeira leitura, fiquei desconfiado e cheio de dúvidas. Será que o meu bom amigo Fernando Santos fez a fantástica descoberta que o Miccoli, que episodicamente joga no Benfica, não é o original, mas antes  uma contrafacção, uma imitação barata? Teria o maior clube do Mundo sido miseravelmente enganado por empresários sem escrúpulos? Quem terá sido o burlão? Há mão do genial Vale e Azevedo neste  embuste? Será que em Itália existem tantos jogadores de futebol chamados Miccoli como no Brasil há Carecas, Ronaldos ou Juninhos?

 

Depois sosseguei e pus-me a pensar - método que recomendo vivamente a todos os meus colegas do Expresso; eu tenho-me dado muito bem com ele. Após breve reflexão finalmente compreendi que o que

Santos queria dizer é que a diminuta silhueta de Fabrizio (o mais pequeno jogador da Superliga), quase um anão (nem sei como logrou escapar à  obsessão que se apoderou de Felícia relativamente às pessoas de crescimento reduzido), o torna invisível à vista cansada dos adeptos do terceiro anel.

 

Devo dizer que acho este critica muito injusta, tanto mais que na véspera, o pequeno italiano tinha-se fartado de levar na cabeça do treinador que o acusou de estar gordo. Santos diz que ele tem oito quilos a mais (e há que descartar a hipotese de estar grávido).

 

Ele responde que se trata tão só de um quilo e meio a mais, e mostra-se quase (digo caso porque a diferença não é de quilo e meio mas sim de um quilo e seiscentas gramas, basta fazer as contas) um perito em aritmética:  «Há quatro anos na Juve pesava 69,5 quilos. Hoje pesei-me e tenho 71,1. É apenas um quilo e meio a mais...».

 

O Miccoli está a ser preso por ter cão e por não o ter. Ao engordar, o ponta de lança só está a fazer um esforço sério e honesto para aumentar a sua visibilidade. É certo que se trata de crescimento para os lados, mas, de que é que estavam à espera?, na idade dele a Natureza veda qualquer hipótese de crescimento em altura. Os ossos da cabeça de Fabrizio há largos anos que deixaram de mexer!

Uma enorme ingenuidade dos dirigentes benfiquistas transpira deste dossier. Os clubes italianos, em geral, e a Juventus em particular, ficaram vacinados relativamente a jogadores a quem a bola dá pelos joelhos desde que o saudoso Luciano d'Onofrio cometeu a proeza de vender, em 1988, por um milhão de contos, o nosso Rui Barros à Juventus.

 

Lembro-me perfeitamente que o senhor Agnelli se queixava amargamente e em voz alta de que tinha de usar binóculos para se certificar se a Juve estava a alinhar com os onze jogadores regulamentares ou apenas dez unidades. Não sei de que é que Luís Filipe Vieira (aka Orelhas) estava à espera quando os italianos lhe despacharam o Miccoli.

 

 

TELEVISÃO

Os gatos podem ser fedorentos e terem bom coração mas também são mitras

 

O Gato Fedorento resolveu pagar a primeira prestação da diívida de gratidão que têm com Marco, aquele que foi expulso do primeiro Big Brother (BB) por desatar aos pontapés a uma pobre sonsa com o cabelo da cor da gema de ovo de que já ninguém se lembra do nome  - provavelmente nem mesmo ela própria.

 

Marco, 30 anos, volta a emergir do anonimato (que se querem a minha opinião é onde ele está bem) ao fazer um sketch para o «talk show» do Gato Fedorento, que vai para o ar hoje na RTP 1. Tudo leva a crer que a interpretação de Marco seja boa, porque o que lhe foi pedido que fizesse dele próprio, o que no meu entender está perfeitamente ao seu alcance.

 

A expressão «eles falam, falam, mas não os vejo a fazerem nada», que foi o último carimbo para a fama do Gato Fedorento (fartou-se de passar na televisão e rádio à boleia de um anúncio do Montepio Geral), foi tomada emprestada a um desabafo sentido proferido por Marco no BB e que tinha como destinatários outras duas luminárias:  o Zé Maria e o Telmo.

 

Os Gatos não se alargaram muito no montante desta primeira prestação. Deram visibilidade ao rapaz (se o Ricardo Araújo Pereira fosse tão benfiquista apregoa o que ele devia fazer era dar visibilidade ao Miccoli para acalmar o Mister!) mas forma um bocado mitras. Não lhe deram cachet - limitaram-se a pagar-lhes o jantar. 

 

 

SOCIEDADE

Eles falam, falam, nas afinal a Inês não está grávida e a Merche não namora o Abel Xavier

 

 

Isto é uma pândega. Uma pessoa gasta dinheiro a comprar uma revista, gasta tempo a informa-se, e depois, quando se prepara para recolher os dividendos de todo este esforço ao tentar impressionar uma colega contando-lhe  - «Já sabias que a Merche agora anda com o Abel Xavier? Se calhar o que ela quer mesmo com este namoro com futebolistas a jogarem em Inglaterra é não ser obrigada a andar na Ryan Air sempre que quer ir a Londres» - acaba a fazer figura de parvo, ouvindo como resposta: «Isso é mentira. A Merche já vem hoje no 24 Horas a desmentir isso. Diz que é uma piada de mau gosto!».

 

Ainda perguntei se o Abel Xavier (o Miccoli que ponha os olhos nele, se há futebolista senhor de grande visibilidade é este defesa que passou ao lado de uma carreira muito mais promissora no andebol) dizia alguma coisa em sua defesa. Não. O grande e louro Abel respondeu com ainda mais circunspecção do que o ministro dos Negócios Estrangeiros quando questionado a propósito dos voos da CIA: «Não tenho qualquer comentário a fazer».

 

A medo, mudei de conversa e parti para outra novidade: «Já sabias que a Inês Castel-Branco está grávida?». Nova cavadela, nova minhoca. A minha amiga esfregou-me novamente na cara a edição de 4ª feira do  24 Horas em que Luísa Castel-Branco, a promitente vovó, desmente terminantemente a ocorrência: «A Inês não está grávida. Não inventem gravidezes à minha filha» e desmonta meticulosamente todos os  sinais que confirmavam o rumor.

 

A Inês engordou cinco quilos porque deixou de fumar (será que o Miccoli também deixou de fumar?) e tem enjoos porque se tornou alérgico ao fumo do tabaco. O único calcanhar de Aquiles da peça do 24 Horas é o facto do putatitvo pai, Filipe Pinto Soares, não ter sido achado a propósito.    

 

 

ECONOMIA

Morte aos morcegos e a quem os apoiar!

 

O descontentamento grassa no Pombal. Motivo: o Instituto do Ambiente (IA) limitou drasticamente a área de implantação de um investimento eólico na Serra de Sicó, alegando que os aerogeradores  prejudicam a comunidade dos morcegos que nidificam no topo da montanha. Narciso Mota, o presidente da Câmara, considera esta medida um «atentado económico», o que se compreende sabendo que que a retribuição paga aos cofres autárquicos pela operadora do aproveitamento eólico cai de 721 mil euros/ano para 242 mil euros.

 

Mas Narciso vai mais longe, acusa o IA de falta de visão estratégica (uma piada subtil, estou em crer, pois, como são noctívagos os morcegos têm a visão pouco desenvolvida, são praticamente cegos) e pergunta se os morcegos são uma mais valia para o desenvolvimento do nosso país.

 

Não posso deixar de apoiar Narciso na sua cruzada contra o Instituto do Ambiente, que inexplicavelmente se transformou no santo protector dos morcegos. Os bichos são tão feios (como se vê pelo exemplar da foto), que a única explicação que encontro para este afã do IA é ele estra infiltrado por fãs do Batman.

 

Após uma pequena investigação, conclui que Não é a resposta certa à pergunta formulada por Narciso: «Será que os morcegos contribuem para o desenvolvimento português?»

 

Os morcegos não estão em vias de extinção. Pelo contrário, são uma espécie populosa que vive em plena expansão demográfica. Um quarto dos mamíferos existentes à face da Terra são morcegos.

 

O facto de serem os únicos mamíferos que voam não transforma este bicho horrível numa espécie útil ou até mesmo simpática (as preguiças, por exemplo, são completamente inuteis mas ao menos são queridinhas).

 

Nós precisamos de atenuar a extrema dependência energética face ao petróleo. No ano de 2010, o petróleo representará 54%  da procura de energia em Portugal, de acordo com um estudo da Agência Internacional de Energia.

 

O nosso país apresenta a mais elevada dependência face ao petróleo do universo de 24 países da OCDE. E no ano passado, apenas 6% da energia eléctrica total consumida entre nós foi de origem eólica. Não pode ser um bando de morcegos a impedir que esta percentagem suba.

 

 

TRABALHO

Carolina tosse e recebe 400 euros de subsídio de desemprego

 

Este ano de 2007 tem sido um enorme canseira para Carolina Salgado (nada a ver com o banqueiro Ricardo Salgado do BES). A ex de Jorge Nuno passou dias a fio fechada numa sala a satisfazer a curiosidade de Maria José Morgado e, como se isso não fosse castigo suficiente, foi acometida por um forte dor toráxica, tosse, expectoração forte e mal estar generalizado, sintomas óbvios de uma infecção pulmonar.

 

A única boa notícia é que vai receber no final do mês o primeiro cheque de 400 euros do Fundo de Desemprego. Apesar de ser a autora do maior «best seller» desde o Código Da Vinci, Carolina ganhou o direito ao subsidio do desemprego por ter provado em Setembro que foi despedida da Imobiliária de Cedofeita (empresa cuja propriedade é atribuida ao seu antigo amante), onde auferia o vencimento mensal de 540 euros.  

 

 

LITERATURA

Como é que os morcegos evacuam?

 

Os morcegos têm umas garras traseiras muito fortes que lhes permitem agarrarem-se facilmente a galhos e saliências. Por isso dormem de cabeça para baixo. Também podem mover-se no chão mas de uma forma muito atabalhoada.

 

Foi com base nesta observação que um investigador do prestigiado Centro de Ciências Cognitivas da Universidade de Gloucester (UK), dirigida por Ralph Messenger, resolveu encontrar uma resposta para a pergunta: «Se passam a vida de cabeça para baixo, como é que os morcegos conseguem satisfazer as suas necessidades fisiológicas de carácter sólido?».

 

Está-se mesmo a ver que se borram todos, por causa da boa e velha força da gravidade que se deu a conhecer há uns séculos atrás, fazendo cair uma maçã (creio que reineta) madura em cima da cabeça de Isaac Newton.

 

O investigador do modo de evacuação dos morcegos é uma personagem secundária do enredo de «Pensamentos Secretos», um dos muitos e magníficos livros de David Lodge. Acho que o que o escritor britânico, que já não é novo, tem a obrigação de responder na sua próxima obra a esta questão que deixou em aberto em «Pensamentos Secretos».

 

 

CINEMA

Mário Esteves prepara novo filme com Cinha no protagonista

 

A Flash registou os preparativos secretos do novo filme de Mário Esteves, o professor de surf que irrompeu intempestivamente no mundo do cinema coma  realização de um video caseiro de uma hora, co-produzido com Elsa Raposo, e que é mais procurado que o Babel.

 

Mário foi surpreendido com Cinha Jardim pela reportagem da Flash à entrada da sua casa em Paço de Arcos, onde se demoraram cerca de duas horas, provavelmente ensaiando cenas do seu próximo filme.

 

Cinha deve substituir Elsa como actriz fétiche do professor de surf.

 

Contactada pela Roupa para Lavar, fonte do ICAM não quis confirmar nem desmentir a entrada de um pedido de subsídio por parte do nóvel cineasta.

 

Mas, segundo conseguimos apurar, a jornalista Felícia Cabrita irá publicar na próxima edição do Sol uma entrevista em que o realizador Sá Leão acusa Mário Esteves de concorrência desleal e falta de ética, recorrendo a uma linguagem bastante musculada.

 

 

PASSATEMPO

Quem é o pai do filho da Elsa?

 

O professor de surf e cienasta Mário Esteves não tem a menor dúvida em usar o famoso método de Guterres («É fazer as contas"!) para reinvidicar a paternidade do filho que cresce dentro da barriga de Elsa Raposo: «Basta fazer as contas. Sei que ela está grávida de 15 semanas e nesssa altura ainda era eu que estava com ela».

 

 

LIÇÃO DA SEMANA

Para marcar golos é preciso rematar à baliza

 

Para ganhar um jogo de futebol é preciso marcar golos. E para marcar golos é preciso rematar à baliza. Podemos passar os 90 minutos regulamentares sem cometer nenhum erro, nem falhar nenhum passe, passando a bola para o colega do lado sempre que um adversário se aproxima. mas não é passando a bola para o lado que se marcam golos e se ganham jogos.

 

O Maniche marca golos espectaculares em remates fora da área. Estou a lembrar-me, por exemplo, daquele que marcou à Holanda nas meias finais do Euro 2004.

 

Mas por cada golo espectacular que marca, Maniche falha dez - e às vezes o remate é tão torto que sai pela linha lateral e não pela de fundo. Mas continua a marcar golos porque não tem medo de rematar à baliza.. Quem tem medo de falhar deve comprar um cão e ficar em casa - não deve entrar em jogo.  

1 comentário

Comentar post