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Lavandaria

por Jorge Fiel

Lavandaria

por Jorge Fiel

Sab | 14.03.09

Prefiro o Hercule Poirot à Miss Marple

Jorge Fiel

Sempre adorei policiais. E, por comodidade, prefiro ter sido previamente apresentado ao herói.

Quando leio as primeiras linhas de um livro, conforta-me saber que vou ter alguém conhecido a resolver a aventura em que estou prestes a envolver-me.

Na Agatha Christie sempre preferi os romances protagonizados por Hercule Poirot aos da Miss Marple. Poderia tentar arranjar uma boa explicação para isso – com jeito até tinha aqui matéria para uma tese de doutoramento (no mínimo para uma de mestrado) – mas não me vou dar a esse trabalho.

Acho que sempre preferi o tipo de dedução poirotiana à marpleiana. Pode ser isso. Aprecio as vaidades do detective belga, as exclamações que ele solta e a descrição física que Agatha faz dele: “uma cabeça oblonga, como um ovo, em parte coberta por cabelos de um negro suspeito, com um bigode imenso e um par de olhos perscrutadores”.

Sempre que vejo o Mário Bettencourt Resendes (tirando da última vez em que ele apareceu de chapéu numa roda de conversa na entrada traseira do DN) lembro-me logo do Poirot e da sua cabeça em formato de ovo.

Li quase toda a Agatha Christie nos pequenos e belos livros da colecção Vampiro, com capas de Lima de Freitas, mas quando, no início dos anos 80, a Livros do Brasil editou as obras completas da escritora inglesa, em 40 volumes (cada um com duas histórias e vendidos a 200 escudos), não resisti a coleccioná-los e relê-los, apesar das capas não serem entusiasmantes.

Se me perguntarem qual é o melhor romance da Agatha Christie, não hesito um segundo antes de responder O assassinato de Roger Ackroyd, por razões que quem o leu conhece -  e que me abstenho de revelar a quem não o leu para não lhes castrar o prazer dessa descoberta.

Para abrir o apetite a todas as preclaras e preclaros que ainda têm esse enorme prazer intacto, transcrevo o primeiro parágrafo desta intriga desvendada por um Hercule Poirot que aqui nos aparece numa faceta curiosa (a de cultivador de abóboras):

Mrs Ferrars morreu na noite de quinta feira, de 16 para 17 de Setembro. Foram chamar-me às oito horas da manhã de sexta feira, 17. Não havia nada a fazer; estava morta havia algumas horas”.

Se me perguntarem qual a melhor adaptação ao cinema, não hesito um segundo antes de responder: O Crime no Expresso do Oriente.

Sempre tive um fascínio por este mítico comboio, a intriga (mais uma vez desvendada por Poirot) é fabulosa e como agravante, tive a oportunidade para visitar o quarto no Hotel Pera, em Istambul, onde é suposto Agatha ter escrito este romance.

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