É absolutamente proibido falar ao telemóvel
O acto libertador de aliviar os intestinos deve desenrolar-se sem pressas e na mais absoluta das privacidades, mas não exige um regime de exclusividade.
Ou seja, pode e deve aproveitar o tempo em que está sentado no trono para ler ou ouvir música.
A função mobiliza o concurso dos músculos abdominais mas dispensa por completo as celulazinhas cinzentas e sentidos como a vista e a audição, que devem estar a ser usados em profícuas actividades paralelas.
Pode estar a ler ou ouvir música enquanto satisfaz as suas necessidades fisiológicas de carácter sólido, mas deve abster-se em absoluto de usar o telemóvel para manter conversas de viva voz, para não correr o estúpido risco de se ver na contingência de explicar ao seu interlocutor/a a origem daquele som que parecia mesmo uma bufa – pela simples razão de que se tratava mesmo de uma inoportuna e sonora bufa (e olhe que, digo-o por experiência própria, nem sempre dá resultado tentar desviar a conversa começando a divagar sobre óperas bufas).
Se precisa mesmo de comunicar com o exterior, recorra por favor a mensagens de texto, as populares SMS.
Estar com o portátil nos joelhos a responder a mails é descoroçoante e, por isso, desaconselhável.
A regra é estar descontraído e esvaziar a caixa de correio não ajuda a transformar o acto de esvaziar os intestinos numa espécie de retiro espiritual.